FISCALIZAÇÃO CONJUNTA

Fiscalização lacra clínica que reutilizava seringas e agulhas

  
Fiscalização apreendeu vários produtos utilizados irregularmente e prendeu todos que trabalhavam no local
NONATO SOUSA

Uma clínica odontológica que funcionava de forma irregular na avenida São Sebastião, no bairro Santa Teresa, foi interditada ontem durante inspeção de rotina feita em conjunto pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO) e Vigilância Sanitária Municipal. A fiscalização constatou que a clínica reutilizava seringas e agulhas descartáveis.

A ação contou ainda com a atuação da Polícia Federal, ao ficar comprovada a prática de crimes federais. Pelo menos sete pessoas, entre dentistas e demais profissionais que atuavam no local e dois sócios da clínica, foram detidas e conduzidas para a Superintendência da Polícia Federal.

A Polícia Federal não forneceu os nomes das pessoas detidas e informou que todos seriam enquadrados nos artigos 132 (levar perigo para a vida ou saúde de outrem), 273 (falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais), 288 (formação de quadrilha – associar-se mais de três pessoas, para fim de cometer crimes); 29 (concurso de pessoas) e 71 (crime continuado), todos previstos no Código Penal.

Através de uma nota, a PF informou que durante a inspeção dos órgãos ficou constatado que os profissionais utilizavam produtos de procedência estrangeira adquiridos ilegalmente e sem registro oficial. Também ficou comprovado que seringas e agulhas descartáveis eram reutilizadas, expondo os pacientes a inúmeros perigos.

Conforme a PF, ainda ficaram evidentes outras irregularidades éticas e administrativas, que deverão ser apuradas através de procedimentos instaurados pelo Conselho de Ética do CRO (Conselho Regional de Odontologia). 

Todo material encontrado irregular na clínica foi apreendido e servirá de provas durante a instrução processual. Ainda ontem, ao final do procedimento policial adotado pela PF, os presos passariam por exames de integridade física no IML e depois seriam entregues nos estabelecimentos prisionais masculino e feminino, já que os presos são dos sexos masculino e feminino.

Também, ao final da fiscalização, os fiscais da vigilância sanitária lacraram as portas da clínica, impedindo que os atendimentos irregulares continuassem a serem feitos ali.

Ainda durante o trabalho dos fiscais, um homem que atuava como protético em parceria com a clínica também acabou preso, ao ser comprovado que ele se passava por falso técnico em prótese


Mãe denuncia que filho foi espancado por policiais

A dona de casa Maria das Graças da Silva Seabra, 58, formalizou ontem, no NPCA (Núcleo de Proteção da Criança e do Adolescente) denúncia contra uma guarnição da Polícia Militar. De acordo com o relato, os policiais teriam espancado seu filho de 17 anos e ainda deram fim a uma bicicleta e um celular que estavam com o adolescente. 


A mãe lembrou que o fato ocorreu na quinta-feira à noite, quando seu filho voltava para casa na companhia de um amigo, que conseguiu fugir dos policiais. Disse que chegou a conversar com o filho pelo celular, por volta das 19h, ocasião em que o jovem disse que já estava indo para casa, porém não chegou. Mais tarde, por volta da meia-noite, uma pessoa ligou para ela dizendo que o filho tinha sido abordado por policiais militares e ela deveria procurá-lo na Delegacia da Infância e Juventude.


Maria das Graças foi à delegacia à procura do filho, mas não o encontrou. “Os agentes disseram que meu filho não tinha dado entrada no local”, lembrou. A mulher disse que voltou para casa e, por volta das 4h da madrugada de sexta-feira, recebeu outra ligação, desta vez de uma mulher que dizia que seu filho tinha sido atendido no pronto-socorro e estava liberado. 


“Eu fui até lá com meu genro e encontrei meu filho com hematomas pelo corpo e se queixando de dores. Nós o levamos para casa e ele contou que tinha sido detido por policiais militares que o espancaram e depois o deixaram jogado no lavrado. Disse que, enquanto era agredido, foi ameaçado de morte, se acusasse os policiais. Disseram que para ele contar que tinha sido atacado por uma galera”, relatou a mãe revoltada.


Maria das Graças disse que o filho trabalha descarregando caminhões na Feira do Produtor e, naquela quinta-feira, estava voltando do trabalho quando os policiais o pegaram no bairro Cauamé. Na ocasião, segundo ela, o filho e o amigo teriam sido acusados por uma mulher de ter roubado uma bicicleta. 


“Meu filho não fez isso e agora, além de ter sido espancado e ameaçado, ainda fiquei sem minha bicicleta e o celular que desapareceram. A bicicleta que ele andava era minha, eu comprei e tenho nota fiscal. O celular eu ganhei do meu filho mais velho e quero que os policiais devolvam. Isso não pode ficar assim. Meu filho ficou desde sexta-feira até ontem [segunda-feira] de cama. Eu tive que ajudá-lo e comprar remédios. Só hoje [ontem] ele melhorou, por isso estou procurando meus direitos”, enfatizou, ao acrescentar que nesta quarta-feira vai fazer denúncia também no Ministério Público Estadual e na Corregedoria da Polícia Militar

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