Faltam apenas 20 cm para Rio Branco atingir marca histórica

Sexta Feira 03 de junho de 2011





Boa Vista - O nível do rio Branco subiu 30 centímetros em 24 horas e atingiu os 8,60 metros. Faltam vinte centímetros para que ele atinja o maior nível dos últimos 35 anos, ocorrido em 2006. A maior cheia da história foi registrada em 1976, quando o rio chegou à marca dos 9,7 metros. Mais de 260 pessoas foram retiradas das áreas de risco e levadas para abrigos ou casas de familiares só na capital.  O inverno é tão rigoroso que até mesmo locais que nunca haviam alagado estão debaixo d’água.

Até a manhã de ontem, 111 pessoas estavam em abrigos da Defesa Civil, sendo 68 no ginásio da escola Ulisses Guimarães, no bairro Pintolândia, e 33 na quadra poliesportiva ao lado do estádio Ribeirão, no Tancredo Neves, que já está quase lotado. Ainda hoje, a Defesa Civil deverá definir um terceiro abrigo na cidade. Além disso, 167 pessoas foram encaminhadas para a casa de familiares ou locais alugados. Nestes casos, a Defesa Civil atua no apoio para a mudança. Durante o dia mais famílias foram removidas, no entanto o balanço oficial será compilado apenas nesta manhã.

De quarta para quinta-feira, foram registrados 68,6 milímetros de chuva. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no mês de maio choveu 597,7 milímetros, cinquenta por cento a mais que o previsto. Em junho, a precipitação pluviométrica deverá oscilar entre 500 a 600 milímetros. Durante o mês passado houve 28 dias de chuva, enquanto a média normal para esta época seria de 19 dias. De acordo com dados da prefeitura de Boa Vista, repassados pelo Corpo de Bombeiros, há 19 pontos críticos para inundação ou alagamento na cidade.

Os bairros mais afetados são os que se encontram no entorno da capital como o Caetano Filho (Beiral), a Vila Real (antiga Vila Vintém) e Calungá, que já possuem boa parte de suas ruas cobertas pelas águas do rio Branco. Toda a área baixa do Beiral está submersa. Existem casas completamente encobertas e outras com as águas chegando ao teto. Numa das melhores moradias do bairro - uma casa de paredes em alvenaria, com muro de proteção e grades de ferro nas portas e janelas -, o carro da família não foi retirado da garagem a tempo. Um cachorro também lutava para sobreviver, sobre a janela, na tarde dessa quinta.

Muitas famílias faziam a mudança de casa ontem. Tiravam móveis e o que mais podiam, às pressas, utilizando-se de barcos, canoas e, nas áreas mais altas, de carro, com a ajuda de amigos e parentes.
Pontos que nunca haviam sido alagados, como o local conhecido como buritizal no bairro Alvorada, e até mesmo áreas nobres da cidade também estavam embaixo d’água ontem. O bairro Paraviana, por exemplo, está com umas das suas principais avenidas e algumas ruas secundárias afetadas pelas águas do rio Cauamé. Na avenida Auguto César Luitgards Moura, a Folha flagrou várias casas inundadas, motivo pelo qual muitas pessoas já deixaram o local.

ESCOLA - Cerca de 100 alunos entre 4 e 5 anos da escola municipal de educação infantil Rio Branco, localizada no Caetano Filho, tiveram as aulas suspensas devido ao grande volume de água que chegou a isolar a instituição. A Secretaria Municipal de Educação e Cultura informou que, por se tratar de uma escola infantil, não haverá prejuízo aos alunos. Assim que as aulas reiniciarem, um novo calendário será oferecido para repor as aulas.

CHOQUE - Na Orla Taumanan, por exemplo, a água já atingiu a plataforma inferior e por conta do volume de água acumulado no local, uma pessoa foi atingida por uma descarga elétrica, motivo pelo qual a Prefeitura teve que desativar o sistema de iluminação.

 

Ruas estão alagadas e inacessíveis 

Além do incômodo das chuvas, ruas e avenidas não suportam a quantidade de água, e a falta de drenagem de águas pluviais deixa as vias interditadas ou parcialmente prejudicadas. A Folha percorreu alguns pontos na cidade e constatou que várias ruas dos bairros Calungá, Caranã, São Vicente, Buritis, Caimbé, Jardim Floresta, Liberdade, Tancredo Neves e Professora Araceli há áreas alagadas.

Um trecho na avenida Carlos Pereira de Melo, no Caranã, vem prejudicando os motoristas e vários acidentes foram registrados em frente à cratera que se formou.

Já no bairro Jardim Floresta o sistema de drenagem não funciona e vias estão praticamente intransitáveis, como a rua Ana Cecília Mota da Silva, muito utilizada por universitários que saem da Universidade Federal de Roraima (UFRR). O trecho dá acesso à avenida Carlos Pereira de Melo e a rua está alagada nos dois lados, pois o asfalto está soltando, devido ao excesso de veículos que utilizam a via.

Outro ponto precário identificado pela Folha fica na avenida Venezuela, no semáforo após a rua Reinaldo Neves, também no Jardim Floresta, onde surgiu uma cratera no cruzamento, que foi sinalizada com um cone para evitar que mais motoristas caiam no buraco quando a água da chuva cobrir o ponto crítico.

Ao longo da avenida Mário Homem de Melo, após a avenida Venezuela, a via está com vários pontos críticos, passando pelos bairros Liberdade, Caimbé e Tancredo.

Um trecho na Mário Homem de Melo foi interrompido na última terça-feira para abrir uma vala e instalar manilhas para escoar a água da chuva que inundou parte baixa do Caimbé, próximo ao posto de combustível Solimões. O local está sinalizado, mas os motoristas devem passar devagar, pois um buraco se formou no ponto que foram instaladas as manilhas.

INTERNAUTAS – No Twitter os internautas informaram alguns trechos prejudicados devido às fortes chuvas. Beto Beline disse que no Paraviana “as ruas do final do Paraviana, próximo ao rio, estão todas alagadas. Quase 60 centímetros de água dentro de casa”.

Já a internauta Cyntia Melo apontou também problemas no Santa Teresa, na rua Pacu, “a rua está toda alagada e as demais ruas do bairro estão ruins”. (V.T.)

 

Yana Lima  Folha de Boa Vista

3 comentários:

  1. Mais informações sobre a cheia de 1976, por favor!

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  2. COLOQUEM MAIS FOTOS DO BAIRRO PARAVIAANA.

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  3. colocar mas fotos dos bairros alagados. jokey clube

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