Funai quer explorar turismo em reservas indígenas

Um projeto ainda em fase de estudos pela Funai (Fundação Nacional do Índio) pretende explorar um destino ainda pouco conhecido no turismo brasileiro: as reservas indígenas. Com um projeto piloto no sul do Amazonas e outros pedidos de viabilidade na fila para serem analisados, a ideia é fazer do turismo um ganha-pão para comunidades indígenas pelo país.

A primeira experiência, em Humaitá (AM), existe há mais de três anos e consiste em levar turistas para praticar pesca esportiva no território indígena Tenharim/Marmelos. O coordenador da Funai na região, Walmir Parintintin, afirma que a iniciativa partiu da própria comunidade tenharim e buscava uma alternativa de renda para evitar a exploração de madeireiros e garimpeiros.

“Em muitos lugares, que não há alternativa, os indígenas se misturam com os madeireiros e com garimpeiros, explorando madeira e criando garimpos ilegalmente. Acaba um monte de índios respondendo a processos e as terras devastadas. Já o turismo é viável, é uma atividade legal, que não degrada”, diz.

Segundo a Funai, os recursos gerados pela atividade variam de R$ 60 mil a R$ 80 mil, dependendo dos contratos acertados a cada ano entre indígenas e a empresa de turismo. Geralmente, as visitações só acontecem por um período de 90 dias, entre julho e outubro, quando o rio Marmelos e afluentes estão mais secos.

Parintintin diz que a renda é utilizada de forma comunitária pelos indígenas, que investem no apoio aos estudantes, nas atividades culturais, em moradias, equipamentos, manutenção de veículos e motores, entre outros.

“Hoje se discute muito demarcação das terras indígenas, mas não se discute uma alternativa econômica para esses povos. Tem indígena que prefere ficar conforme sua cultura, mas tem outros que avançaram, que querem estudar, querem ter suas coisas e precisam de uma fonte de renda”, explica.


Fonte: Agência Estado

Metade das mortes no trânsito teve motociclistas como vítima


Somente nestes primeiros dias do ano, o número de vítimas fatais de acidentes com motociclistas já chega a seis. Neste ano, já morreram 12 pessoas no trânsito. A vítima mais recente foi o jovem Dyogo Ferreira da Silva, 17 anos, que morreu ao colidir com um animal na BR-174, no Município de Mucajaí, na madrugada de segunda-feira, 17.

Levantamento feito pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) aponta o número de motos em Roraima maior que o de carros. As motos e motonetas chegam a representar 49,32% da frota do estado, o equivalente a 54.453 motocicletas. O número de automóveis é de 35.922, que corresponde a 32,54% dos transportes utilizados.

O desrespeito à sinalização de trânsito e à preferencial foi o principal motivo dos acidentes que resultaram em vítimas fatais este ano.

Transportadores têm prejuízo na BR-174


RICARDO GOMES
Trafegar pela BR 174 sul, entre o Município de Caracaraí até a localidade de Jundiá, no Município de Rorainópolis, está se tornando uma aventura arriscada para quem depende da rodovia. Além dos prejuízos com a manutenção dos veículos, o atraso na entrega de mercadorias perecíveis é outra situação que tem dificultado quem depende da entrega, em razão dos inúmeros buracos em toda a extensão da rodovia.

O processo de reconstrução de 560,35 km iniciado a partir do Município de Caracaraí, até a divisa com o Estado do Amazonas, é o que apresenta pior conservação. As obras estão sendo executadas de forma lenta, dificultando o escoamento de mercadorias e o transporte interestadual de passageiros, o que tem sido alvo de reclamações pelos usuários.

O motorista Marcelo Tavares afirmou que as condições em que se encontra a rodovia requer bastante atenção e cuidado no transporte de passageiros. Ele acrescentou que a operação Tapa-Buracos foi realizada de forma precária e de nada adiantou. Como é feita com barro e piçarra, as chuvas pioram a situação e proporcionam outros prejuízos, a exemplo do desgaste de pneus.

“Realizar o transporte intermunicipal está se tornando uma atividade arriscada que requer atenção e cuidado com a segurança das pessoas. Todos os dias transporto dezenas de populares para os municípios localizados na região sul. Por diversas vezes já escapei de sofrer um acidente ao desviar de buracos. Faço uma pelo às autoridades para que cobrem a celeridade destas obras”, afirmou.

Na divisa entre as localidades de Caracaraí e Vila do Itã, irritado com as condições da BR-174, o motorista Afrânio Alves, que transporta gás uma vez por semana para Boa Vista, repudiou a demora na execução das obras. Disse que neste trajeto já encontrou diversos colegas com problemas mecânicos e até mesmo feridos por conta de acidentes que acontecem todos os dias, em razão da péssima manutenção que é executada.

“É realmente um descaso. Clamamos para que o poder público se sensibilize com as condições da rodovia e possa intervir cobrando agilidade no processo de recuperação. O impressionante é que o trecho dentro da reserva indígena era o principal empecilho para o transporte, mas atualmente é um dos melhores locais de tráfego ao longo da 174”, afirmou.
Quatro acidentes com veículos pesados são registrados no mesmo dia na rodovia

Um dos acidentes registrados pela Folha mostra os riscos diários a que estão submetidos os motoristas


A Folha flagrou com exclusividade vários acidentes de Caracaraí até o Município de Presidente Figueiredo, no Estado do Amazonas, além de veículos danificados por conta dos excessivos buracos na BR-174. Alguns casos acontecem em razão de manobras arriscadas dos motoristas ao tentarem desviar dos buracos para não danificar o veículo.

Um dos exemplos foi o acidente próximo à Vila do Itã, em Caracaraí, envolvendo um caminhão que transportava frutas para o sul do estado. Ao desviar de um buraco, o motorista perdeu o controle do veículo e tombou ao longo da rodovia.

Em seguida, um caminhão carregado de gás que vinha do Amazonas tombou próximo à localidade de Martins Pereira, após Rorainópolis. Além de duas carretas que seguiam para o Estado do Amazonas, que deslizaram na pista. Uma delas tornou o trânsito lento, sendo necessário sinalizar a pista próximo a Presidente Figueiredo, já no Estado do Amazonas.

De acordo com o gerente operacional e de logística da empresa, Sérgio Kronbauere, a carreta no momento do deslizamento não transportava nenhum produto perecível. O acidente, de acordo com informações repassadas pelo motorista da empresa, foi em razão da carga que seguia de Iracema a Manaus. Com as fortes chuvas na rodovia, ele não teve como controlar o veículo próximo a uma ladeira.

“Fora este acidente envolvendo apenas danos materiais, já contabilizamos diversos prejuízos em razão das péssimas condições em que se encontra a rodovia. É inevitável a perda de alguns produtos. Trafegar pelas condições em que se encontra a BR-174 requer muita atenção. Esperamos que as obras executadas sejam concluídas o mais breve possível”, disse o gerente.

Deit informa que obras estão tendo continuidade

O diretor do Departamento Estadual de Infraestrutura de Transporte (DEIT), José Eufrânio Alves, explicou que o motivo pelo atraso das obras neste trecho se deve à quantidade excessiva de chuvas na região, que impede a continuidade da primeira etapa desta rodovia, que compreende o alargamento e construção de encostamento.

Eufrânio esclareceu que, no final de semana, esteve visitando os trechos que estão em obras. Na oportunidade, esclareceu que a empresa CMT, responsável pela execução de Caracaraí a Novo Paraíso, está com todos os equipamentos no local, aguardando apenas o término da primeira fase, que compreende o alargamento da rodovia para a construção do acostamento.

“Realmente a chuva tem prejudicado sensivelmente a continuidade destes serviços. Mas estamos empreendendo um esforço junto às empresas responsáveis e após o alargamento da rodovia, passando de nove para doze metros, inicia a reconstrução da rodovia e os problemas em relação aos buracos estarão em parte solucionados”, disse.

Quatro empresas estão responsáveis pelas obras

Para a reconstrução de 560 km da rodovia, as empresas contratadas somam um total de R$ 494.352.743,19, divididas em quatro lotes. O primeiro compreende a divisa AM/RR (km 0), igarapé Arruda (km 102,89), da Delta Construções S.A, no valor de R$ 117.128.742,66.

O segundo lote vai do igarapé Arruda (km 102,89) até o igarapé Seabra (km 182,58), sob responsabilidade da Via Engenharia S.A., no valor de R$ 119.628.418,43.

O terceiro compreende o trecho do igarapé Seabra (Km 182,58) até o igarapé Caleffi (Km 281,65), do Consórcio Seabra Caleffi, no valor de R$ 139.420.968,50.

O quarto lote vai do igarapé Caleffi (Km 281,65) a Caracaraí (361,26), que está com a CMT Engenharia Ltda., no valor de R$ 118.174.613,60.

Parte do ABC fica debaixo d'água e Via Anchieta é fechada

Do G1 SP
Helicóptero faz resgate de motoristas ilhados
Helicóptero faz resgate de motoristas ilhados (Foto: Reprodução/TV Globo)
A chuva forte que atingiu São Paulo e a região metropolitana deixou parte do ABC debaixo d'água no fim da tarde desta terça-feira (18). São Bernardo do Campo e Santo André foram bastante atingidos. A Avenida dos Estados, que passa por Santo André, ficou completamente alagada, deixando motoristas presos em seus carros e passageiros sem poder sair dos ônibus. A Via Anchieta, acesso ao litoral, foi fechada preventivamente.
(Para mais informações sobre o trânsito, você pode acompanhar as câmeras do G1 ou consultar uma tabela com as condições das principais vias.)
O helicóptero Águia da PM foi acionado para ajudar a retirar as pessoas dos carros e dos ônibus na Avenida dos Estados. O salvamento era feito com o auxílio de cestas. As vítimas do alagamento foram levadas para uma quadra perto. A Praça IV Centenário, na região central de Santo André, ficou sem energia.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava às 19h 103 km de lentidão, o que representava 11,9% das vias monitoradas. No horário, a Zona Sul era a região com mais problemas para os motoristas: 42 km de filas. 
Em Santo André, havia dois pontos de alagamento intransitáveis na cidade, um na Avenida dos Estados e outro na Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo. De acordo com a Defesa Civil de Santo André, o Rio Tamanduateí, o Córrego Guarará e Ribeirão dos Meninos transbordaram. Pedestres tentavam resgatar motoristas jogando cordas no meio de avenidas.
A Defesa Civil confirmou o desmoronamento de uma casa no Jardim Zaíra, em Mauá, também no ABC. Havia suspeitas de outros deslizamentos em bairros próximos, como o da Oratória. Os locais mais atingidos estavam sem luz e telefones fixos ainda por volta de 20h. Nesse horário, não havia informação de feridos na cidade.
Homem sobe no teto do carro para escapar de alagamento no ABC
Homem sobe no teto do carro para escapar de
alagamento no ABC (Foto: Reprodução/TV Globo)
Via Anchieta
Por precaução, a concessionária Ecovias bloqueou às 18h40 a pista central da Via Anchieta, no sentido litoral, entre os km 10 e 14. Isso porque o nível do Ribeirão dos Couros colocava em risco a viagem dos motoristas. O trecho interditado fica na região de São Bernardo do Campo (ABC). Os veículos trafegavam pela pista marginal em direção às praias. O sentido capital paulista da Via Anchieta também foi bloqueado.
Pontos de alagamento
O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), no mesmo horário, já havia registrado ao menos 15 pontos de alagamento, sendo cinco deles intransitáveis, em diferentes pontos da cidade. Na Zona Sul, por exemplo, as avenidas Interlagos e M'Boi Mirim ficaram alagadas em ao menos dois pontos distintos cada uma. A esquina das avenidas Santo Amaro com a Roque Petroni Júnior também encheu com a chuva. O Corredor Norte-Sul registrava no horário 7,25 km de congestionamentos, nos dois sentidos.
Toda a cidade de São Paulo entrou em estado de atenção a partir das 17h25. No horário, foram colocadas em atenção as zonas Leste, Sudeste e Sul, além da Marginal Pinheiros. Às 17h10, o CGE já havia colocado preventivamente em estado de atenção as zonas Norte e Oeste de São Paulo, além do Centro e da Marginal Tietê. Pancadas de chuva atingiam os extremos das regiões norte, como Tremembé e Perus, no horário, segundo o CGE.
Com o estado de atenção em toda a cidade, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) acionou imediatamente o seu plano emergencial de atendimento às enchentes. Os agentes de trânsito que estavam em serviço foram deslocados para monitorar os principais corredores de trânsito e locais com maior possibilidade de alagamentos, como a Marginal Tietê, a Marginal Pinheiros, o Vale do Anhangabaú e os entornos dos rios Tamanduateí, Aricanduva, Ipiranga e Pirajussara.
Aeroportos
O Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, teve de ser fechado por 10 minutos em razão da chuva, das 17h35 até as 17h45. O Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, operava de modo visual, apesar da chuva que atingia a cidade. O terminal registrou chuva forte acompanhada de rajadas de vento de 58 km/h. O Campo de Marte, aeroporto de aviação executiva na Zona Norte, também foi fechado para pousos e decolagens.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que devido a um defeito no fornecimento de energia elétrica da subestação Itaquera na Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes) a circulação de trens no trecho entre as estações Corinthians-Itaquera e Guaianazes, na Zona Leste, era realizada por uma única via. Isso gerava maior intervalo de espera nas plataformas. Até as 19h20 não havia previsão de retorno à normalidade.
Os passageiros eram orientados pelo sistema de som das estações e trens. Como alternativa, a região conta com a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), da CPTM, e a Linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda / Corinthians-Itaquera), do Metrô, com transferência gratuita nas estações Corinthians- Itaquera e Tatuapé.
A circulação de trens na Linha 10-Turquesa (Luz-Rio Grande da Serra) era feita somente entre as estações Luz e São Caetano e Mauá e Rio Grande da Serra. A Operação PAESE (serviço de ônibus gratuitos) foi acionada para fazer o transporte dos passageiros entre as estações São Caetano e Mauá

Eles são especializados na construção de pontes móveis.

Do G1 RJ
Ponte que será utilizada nas cidades afetadas pela chuva no Rio
Segundo o Exército, pontes construídas na Região
Serrana serão iguais as da foto (Foto: Divulgação/
Comando
Militar do Leste)
Mais de 700 militares do Exército de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais reforçam as tropas na Região Serrana do Rio. De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), são militares especializados na construção de pontes móveis.
Nesta segunda-feira (17), soldados do Batalhão Escola de Engenharia, de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, instalarão uma ponte em Teresópolis. Além de Teresópolis, partes dos municípios de Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto também estão isoladas depois que diversas pontes foram destruídas pelo temporal.
Desde terça-feira (11), a chuva na Região Serrana já deixou mais de 600 mortos e causou estragos em pelo menos sete cidades.
Maior tragédia da história
Esta já é a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.
No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Relembre outras tragédias

Correios terá 8 mil vagas em concurso

Os Correios informaram nesta segunda-feira (17) que o edital do concurso para cerca de  8 mil vagas será divulgado até o dia 24, daqui a uma semana. De acordo com a estatal, a expectativa é realizar as etapas previstas no edital até o final do primeiro semestre. Todas as etapas do concurso serão acompanhadas pela Polícia Federal.

Os candidatos inscritos no concurso anterior para 6.565 vagas e que foi revogado em dezembro do ano passado deverão comparecer até o dia 11 de abril a uma agência própria da estatal, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, e das 9h às 13h aos sábados, para receber a devolução da taxa de inscrição. Os valores variam de R$ 30 a R$ 60, de acordo com o cargo.

Os candidatos deverão comparecer às agências com documento oficial de identidade com foto (o mesmo utilizado na inscrição) e o comprovante de inscrição, se possível.

Em caso de o candidato ter feito a inscrição pela internet, ele deve ainda informar o número do CPF e também da identidade.

Se a inscrição foi feita por meio de procuração, o candidato deve apresentar cópia da procuração utilizada na inscrição, cópia do documento oficial de identidade do procurador e ainda o documento de identidade original do candidato.

Os Correios recomendam que o candidato peça o dinheiro de volta, pois o novo concurso exigirá pagamento de uma nova taxa. A estatal não informou se os valores serão os mesmos do concurso que foi revogado.

Informações adicionais podem ser obtidas pela Central de Atendimento dos Correios, nos telefones 3003-0100 (para capitais e regiões metropolitanas) e 0800-725-7282 (para as demais localidades).

Novo concurso

O novo edital deverá oferecer até 8 mil vagas, segundo os correios, mais do que as 6.565 vagas oferecidas na seleção aberta em 2009 e interrompida no ano passado por conta de briga judicial. No dia 16 de dezembro foi realizada uma audiência pública em Brasília para discutir a minuta do  novo edital para cargos de nível médio e superior e colher sugestões para aprimorar o processo.

A ECT informou que recebeu 60 sugestões sobre o assunto, via e-mail, que foram analisadas e apresentadas na audiência.

Os cargos deverão ser os mesmos, com a mesma proporcionalidade de postos oferecidos, diz a assessoria dos Correios. O conteúdo programático deverá mudar pouco em relação ao edital anterior.

Lançado o edital, serão realizadas as licitações para as empresas responsáveis pela elaboração, impressão e aplicação das provas. A fase de inscrição será de responsabilidade dos Correios. A elaboração e impressão das provas ficarão sob responsabilidade de uma organizadora de concurso de âmbito nacional, segundo os Correios. Depois haverá uma nova licitação para escolher as 28 empresas que aplicarão as provas regionalmente. A medida de colocar uma organizadora em cada estado tem o objetivo de, em caso de haver problemas, eles serem solucionados localmente.

Disputa judicial

O concurso anterior, cuja prova estava marcada para 28 de novembro de 2010 e acabou adiada, foi  questionado pelo Ministério Público Federal por conta do contrato com a organizadora Cesgranrio, que não foi feito por meio de licitação. A disputa judicial fez com que os Correios adiassem a prova e concordassem em devolver as taxas de inscrição.

Ao todo, 1.064.209 pessoas se inscreveram para a seleção que foi revogada. É o concurso que teve mais candidatos no ano passado, superando inclusive o do IBGE, para 192 mil vagas de recenseador, que teve 1.051.582 inscrições.

Em outubro, em decisão judicial concedida em caráter liminar pela 5ª Vara da Justiça Federal de Brasília, foi suspenso o processo de contratação da Cesgranrio. No dia 24 de novembro, no entanto, a Justiça Federal em Brasília acatou o recurso dos Correios e manteve o contrato com a instituição. Mesmo assim, os Correios decidiram revogar a seleção.

MPF pede cassação de Anchieta Júnior

Além de duas ações por corrupção eleitoral, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou representação por arrecadação e gasto ilícito de campanha contra o governador reeleito Anchieta Júnior (PSDB). Em todos os processos, uma das sanções previstas é a cassação do mandato eletivo do chefe do Executivo.

A primeira representação das eleições gerais de 2010 por arrecadação e gasto ilícito de campanha foi contra Anchieta e o vice-governador Chico Rodrigues (DEM). A ação teve como fundamento cinco pontos, com base nas informações apresentadas na Prestação de Contas do candidato reeleito.

A campanha do atual governador teve gasto de R$ 5.521.455,00 apenas com pessoal. Em comparação aos valores gastos pela presidente da República Dilma Rousseff (PT), Anchieta gastou quase metade do valor investido na campanha da presidente (R$ 11,4 milhões).

“Roraima, com o menor colegiado do país, que correspondente a 271 mil eleitores, teve uma campanha ao governo do estado com 50% do montante investido na campanha para presidente da República, com um eleitorado de 135.804 milhões de pessoas. Este é um dado significativo que aponta a magnitude da campanha para governador”, destacou o procurador regional eleitoral Ângelo Goulart.

Além do montante considerado alto, os procuradores acusam o governador de ter efetuado o pagamento dos cabos eleitorais em espécie, conduta proibida pela lei, que exige que a remuneração seja feita por cheque nominal ou transferência bancária.

“Mais da metade dos recursos arrecadados para os gastos da campanha de Anchieta foi sacada na “boca do caixa”, efetuado através de 24 cheques pelos próprios candidatos da chapa, uma irregularidade”, disse o procurador.

Outro ponto destacado foi a utilização de uma empresa de transporte de valores para a movimentação de dinheiro como se fosse um banco. Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral, mais de R$ 800 mil transportados pela empresa não foram recolhidos diretamente de agência bancária, mas do comitê do PSDB, configurando captação ilícita de recursos.

“O transporte do montante por uma empresa particular acabou funcionando como uma instituição financeira e até provavelmente um banco. Isso fez com que nós não tivéssemos nenhum contato, nenhuma possibilidade de fiscalização [do dinheiro]”, disse Goulart.

Além disso, ele alega que houve gasto ilícito com a confecção de 45 mil camisas amarelas no valor de R$ 247,5 mil para a distribuição a pessoas vinculadas à campanha de Anchieta. “É uma despesa vedada, tendo em vista que a legislação eleitoral proíbe distribuição de brindes durante a campanha. E chama atenção o volume significativo de camisetas adquiridas, o que corresponde a aproximadamente 20% do eleitorado”, comparou Goulart.

OUTRO LADO - O advogado de Anchieta, Josimar Batista, explicou que não houve “ilicitude nos gastos” e argumentou que seria “impossível” pagar todos os cabos eleitorais com cheque nominal “especialmente em Roraima, onde não há agências bancárias em todos os municípios nem os bancos disponibilizam sete mil folhas de cheque”.

Segundo ele, todos os fatos apontados pela Procuradoria – que ensejaram a reprovação das contas de Anchieta pelo TRE – foram atacados em recurso já protocolado na Justiça Eleitoral. “Assim que recebermos a notificação desta nova ação, vamos nos manifestar novamente sobre as alegações”, frisou

FISCALIZAÇÃO CONJUNTA

Fiscalização lacra clínica que reutilizava seringas e agulhas

  
Fiscalização apreendeu vários produtos utilizados irregularmente e prendeu todos que trabalhavam no local
NONATO SOUSA

Uma clínica odontológica que funcionava de forma irregular na avenida São Sebastião, no bairro Santa Teresa, foi interditada ontem durante inspeção de rotina feita em conjunto pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO) e Vigilância Sanitária Municipal. A fiscalização constatou que a clínica reutilizava seringas e agulhas descartáveis.

A ação contou ainda com a atuação da Polícia Federal, ao ficar comprovada a prática de crimes federais. Pelo menos sete pessoas, entre dentistas e demais profissionais que atuavam no local e dois sócios da clínica, foram detidas e conduzidas para a Superintendência da Polícia Federal.

A Polícia Federal não forneceu os nomes das pessoas detidas e informou que todos seriam enquadrados nos artigos 132 (levar perigo para a vida ou saúde de outrem), 273 (falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais), 288 (formação de quadrilha – associar-se mais de três pessoas, para fim de cometer crimes); 29 (concurso de pessoas) e 71 (crime continuado), todos previstos no Código Penal.

Através de uma nota, a PF informou que durante a inspeção dos órgãos ficou constatado que os profissionais utilizavam produtos de procedência estrangeira adquiridos ilegalmente e sem registro oficial. Também ficou comprovado que seringas e agulhas descartáveis eram reutilizadas, expondo os pacientes a inúmeros perigos.

Conforme a PF, ainda ficaram evidentes outras irregularidades éticas e administrativas, que deverão ser apuradas através de procedimentos instaurados pelo Conselho de Ética do CRO (Conselho Regional de Odontologia). 

Todo material encontrado irregular na clínica foi apreendido e servirá de provas durante a instrução processual. Ainda ontem, ao final do procedimento policial adotado pela PF, os presos passariam por exames de integridade física no IML e depois seriam entregues nos estabelecimentos prisionais masculino e feminino, já que os presos são dos sexos masculino e feminino.

Também, ao final da fiscalização, os fiscais da vigilância sanitária lacraram as portas da clínica, impedindo que os atendimentos irregulares continuassem a serem feitos ali.

Ainda durante o trabalho dos fiscais, um homem que atuava como protético em parceria com a clínica também acabou preso, ao ser comprovado que ele se passava por falso técnico em prótese


Mãe denuncia que filho foi espancado por policiais

A dona de casa Maria das Graças da Silva Seabra, 58, formalizou ontem, no NPCA (Núcleo de Proteção da Criança e do Adolescente) denúncia contra uma guarnição da Polícia Militar. De acordo com o relato, os policiais teriam espancado seu filho de 17 anos e ainda deram fim a uma bicicleta e um celular que estavam com o adolescente. 


A mãe lembrou que o fato ocorreu na quinta-feira à noite, quando seu filho voltava para casa na companhia de um amigo, que conseguiu fugir dos policiais. Disse que chegou a conversar com o filho pelo celular, por volta das 19h, ocasião em que o jovem disse que já estava indo para casa, porém não chegou. Mais tarde, por volta da meia-noite, uma pessoa ligou para ela dizendo que o filho tinha sido abordado por policiais militares e ela deveria procurá-lo na Delegacia da Infância e Juventude.


Maria das Graças foi à delegacia à procura do filho, mas não o encontrou. “Os agentes disseram que meu filho não tinha dado entrada no local”, lembrou. A mulher disse que voltou para casa e, por volta das 4h da madrugada de sexta-feira, recebeu outra ligação, desta vez de uma mulher que dizia que seu filho tinha sido atendido no pronto-socorro e estava liberado. 


“Eu fui até lá com meu genro e encontrei meu filho com hematomas pelo corpo e se queixando de dores. Nós o levamos para casa e ele contou que tinha sido detido por policiais militares que o espancaram e depois o deixaram jogado no lavrado. Disse que, enquanto era agredido, foi ameaçado de morte, se acusasse os policiais. Disseram que para ele contar que tinha sido atacado por uma galera”, relatou a mãe revoltada.


Maria das Graças disse que o filho trabalha descarregando caminhões na Feira do Produtor e, naquela quinta-feira, estava voltando do trabalho quando os policiais o pegaram no bairro Cauamé. Na ocasião, segundo ela, o filho e o amigo teriam sido acusados por uma mulher de ter roubado uma bicicleta. 


“Meu filho não fez isso e agora, além de ter sido espancado e ameaçado, ainda fiquei sem minha bicicleta e o celular que desapareceram. A bicicleta que ele andava era minha, eu comprei e tenho nota fiscal. O celular eu ganhei do meu filho mais velho e quero que os policiais devolvam. Isso não pode ficar assim. Meu filho ficou desde sexta-feira até ontem [segunda-feira] de cama. Eu tive que ajudá-lo e comprar remédios. Só hoje [ontem] ele melhorou, por isso estou procurando meus direitos”, enfatizou, ao acrescentar que nesta quarta-feira vai fazer denúncia também no Ministério Público Estadual e na Corregedoria da Polícia Militar
RIO BRANCO
Bombeiros prosseguem busca a garoto
Fonte: a A A A
Foto:  
Corpo do bancário Sérgio Lima Medeiros foi localizado no mesmo dia do afogamento, no domingo
NONATO SOUSA

Passadas 24h do desaparecimento do garoto Sergio Lima Junior, de 11 anos, vítima possivelmente de afogamento nas águas do rio Branco, equipes de resgate do Corpo de Bombeiros continuam realizando buscas nas imediações do local do desaparecimento, próximo da ponte dos Macuxi.

O corpo do bancário Sérgio Lima Medeiros, 38, pai do garoto desaparecido, que foi resgatado do rio na tarde de domingo, passou por exame cadavérico no IML (Instituto de Medicina Legal) e à noite foi entregue à família.

De acordo com as informações da polícia e Corpo de Bombeiros, pai e filho estavam pescando de cima de uma das balsas que ficam encalhadas no local, fazendo retirada de areia do rio, porém não se sabe ao certo o que aconteceu.

As especulações são que ou o garoto caiu no rio e o pai pulou para salvá-lo e terminou se afogando. Outra hipótese é que o bancário foi quem caiu no rio e o filho teria saído para pedir ajuda e pode ter se perdido, já que não conhecia o local, por estarem em Boa Vista há pouco tempo.

O corpo de Sergio foi resgatado por volta do meio-dia de domingo, por homens do Corpo de Bombeiros, depois que o vigia de uma das balsas existentes no local viu o cadáver boiando. Horas depois, já à tarde, o Corpo de Bombeiros foi informado do desaparecimento do filho do bancário e deu início às buscas para tentar encontrá-lo.

Mergulhadores fizeram buscas por baixo das balsas e nas imediações do local onde pai e filho estavam, enquanto outros profissionais da corporação faziam buscas por terra, mas até o fechamento da matéria, ontem à tarde, Sérgio Júnior não tinha sido encontrado.

As buscas prosseguem hoje e, caso o garoto tenha se afogado, a expectativa é de que seu corpo emirja. O trabalho está sendo coordenado pelo tenente George Barbosa, comandante da Companhia de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros.

Ele informou que ainda no domingo foram encontrados dentro na balsa pequena duas garrafas térmicas e dois pares de sandálias que seriam das vítimas. Ele também disse que as buscas pelo garoto devem prosseguir por pelo menos uma semana.

“Nestes dois primeiros dias há uma concentração nas buscas submersas com mergulhadores, que estão fazendo uma varredura pelo local, embaixo da balsa onde pai e filho estavam e em outros locais próximos, como também galhadas”, enfatizou, ao acrescentar que ontem à tarde foram disponibilizados oito mergulhadores.

A Folha não conseguiu conversar com familiares do bancário, porém um amigo da família informou que o bancário fez o último contato com a esposa pelo telefone celular entre 9 e 10 horas da manhã daquele domingo, ocasião em que teria falado que estava tudo bem.

Depois a mulher teria tentado falar outras vezes com ele, mas não conseguiu e o telefone dava fora de área ou desligado. A esposa conversou com uma amiga e teria sido informada do resgate do corpo de um homem do rio Branco por volta do meio-dia e que estaria no IML (Instituto de Medicina Legal). Foi então que a mulher compareceu ao instituto e reconheceu o corpo do marido. Desesperada, ela revelou o desaparecimento também do filho que estava acompanhado do pai.

Ainda no domingo à noite, o corpo de Sérgio Medeiros foi liberado pelo IML para a realização do velório e sepultamento, após a constatação da causa da morte por afogamento, através do exame cadavérico.
Banhistas são alertados para riscos de afogamento neste período do ano

Homens do Corpo de Bombeiros passaram o dia de ontem fazendo busca no rio Branco

A morte de um homem e o desaparecimento do filho dele, enquanto pescavam no rio Branco, trouxeram de volta a discussão sobre o risco de afogamento, comum no período de verão, quando banhistas aproveitam as praias que surgem ao longo do rio Branco e igarapés.

Em 2010, somente o Corpo de Bombeiros registrou dez mortes por afogamento, porém esse número pode ser maior. Este ano, já foi registrada uma morte oficialmente. O corpo de Sérgio Lima Medeiros, 38, foi encontrando anteontem boiando no rio Branco. Os bombeiros continuam procurando o filho dele, Sérgio Lima Medeiros Júnior, 11, que o acompanhava na pescaria e está desaparecido.

Mas para este período, o tenente George Barbosa, comandante da Companhia de Busca e Salvamento, acredita que o número de afogamentos será menor, uma vez que tem chovido bastante e consequentemente diminuído a quantidade de praias. Porém, fica o alerta tanto para quem vai pescar quanto para quem vai tomar banho.

Ele ressalta que é necessário que os frequentadores estejam atentos na hora de passar o final de semana nos rios e igarapés. “Existem pessoas que gostam de pescar, mas não têm o hábito, não são preparadas. Não sabem o que fazer, se uma canoa virar e se desesperam, causando tragédias. Outro caso é de banhistas que ingerem bebidas alcoólicas e vão tomar banho”, observou.

Grande parte das mortes está relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas. A família vai à praia ou balneário com a intenção de se divertir e não dá a atenção necessária às crianças.

A orientação dele é que os banhistas, acompanhados de crianças ou não, façam uma varredura no local antes de começarem a tomar banho. Devem se informar se há bancos de areia, que geralmente enganam com áreas profundas ao redor, e checar se há guarda-vidas. Evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica é essencial.

As principais ocorrências de afogamento são registradas na praia Grande, segundo ele, do outro lado do rio Branco. Além dos bancos de areia, é preciso fazer a travessia em barcos até chegar ao local.

Os adultos devem se ater ao limite de pessoas no barco, que geralmente tem capacidade para seis ocupantes, e sempre utilizar coletes salva-vidas. (A.T