Surf na Pororoca atrai turistas de várias nacionalidades a São Domingos do Capim


Fenômeno da pororoca ocorre por causa da forte influência que o sol e a lua exercem, ao mesmo tempo, sobre os oceanos neste período do ano.

09/03/2012

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BELÉM - O fenômeno da pororoca atraiu dezenas de surfistas para o Rio Capim, em São Domingos, nordeste do Pará, nesta sexta-feira, 9. Eles vêm de vários municípios do Pará, de outros Estados e até de países da Europa e América do Norte. Todos com um único objetivo: surfar na onda de rio durante o Festival da Pororoca, que acontece até domingo no município.
A onda atingiu hoje cerca de meio metro, mas de acordo com a organização do evento, até o domingo, quando deve chegar ao seu ápice, a pororoca pode atingir mais de 1,5 metro. O surfista Gilvandro Júnior foi o primeiro a explorar esse fenômeno natural, em 1998. Depois disso, ele passou a organizar, todos os anos, caravanas de surfistas para participar do festival.
“É um fenômeno indescritível. Não existe nada igual, pois na praia você surfa até a areia. Aqui no rio Capim, não; a onda sai levando tudo por vários minutos”, explicou Gilvandro, que percorreu nesta sexta todo a extensão da pororoca. A onda começa, segundo ele, no Igarapé de Bujaru e segue até a Ilha do Tóio, em São Domingos do Capim. “O percurso todo da pororoca dura, mais ou menos, uma hora. Em alguns pontos ela perde a força, mas retoma novamente em seguida”, explica o surfista, acostumado a pegar ondas no nordeste do país e no litoral do Rio de Janeiro.

Diferente de Gilvandro, o surfista Luiz Barbosa pegou a pororoca pela primeira vez. Ele faz parte de um grupo de cinco surfistas de Mosqueiro, distrito de Belém. “A pororoca surpreende a gente. Temos que ficar muito espertos para conseguir ficar em cima da prancha, pois nunca se sabe quando vai ser levado por ela”, contou ele, que conseguiu realizar o feito de surfar em um rio no meio da Amazônia. Junto com ele, no mesmo grupo, estava o pequeno Jerferson Machado, de 10 anos. O garoto, que já pega onda na ilha de Mosqueiro, garantiu que conseguiu ficar de pé na pororoca. “É bem legal. Muito diferente do que estou acostumado na praia”.
Além dos surfistas brasileiros, estrangeiros também participam da bateria desta sexta. O canadense Jeff Bertoia ficou surpreso com o que viu hoje em São Domingos do Capim. “É maravilhoso. A gente nunca espera que um rio seja capaz de produzir uma onda com essa força. Sensacional ver o poder da água levando tudo o que há pela frente, e o que está na margem também”, descreveu Jeff, acostumado a pegar ondas em Vancouver, no oeste do Canadá, onde a temperatura da água, normalmente, fica abaixo de zero.
O fenômeno da Pororoca
O fenômeno da pororoca ocorre por causa da forte influência que o sol e a lua exercem, ao mesmo tempo, sobre os oceanos neste período do ano, fazendo com que as correntes marítimas provoquem fortes ondas nos rios. Neste sábado e domingo, com a evolução do ciclo da lua, o fenômeno deve ser ainda mais forte, podendo atingir pelo menos 1,5 metros, como espera a coordenação do Festival de São Domingos do Capim. No fim de semana os surfistas devem se reunir novamente para pegar a onda de rio, desta vez em maior número, já que mais atletas devem chegar ao município.

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