PIM busca crescimento com projetos de novas indústrias


Bons números do Codam no ano passado contribuíram para a reação do Polo Industrial de Manaus frente à crise econômica

Foto: Wallace Abreu/ Portal Amazônia 


Juçara Menezes - portalamazonia

MANAUS – Nos últimos cinco anos, o Amazonas conseguiu manter um ritmo de crescimento no número de propostas apresentadas ao setor da Indústria. Os projetos do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam), assim como a economia mundial e brasileira, sofreram altos e baixos. De acordo com o balanço da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan),  só entre 2009 e 2011, o conselho aprovou 666 projetos industriais com um total de investimentos de R$ 13.732 bilhões e 38.126 empregos.
Os números de 2007 apontam 254 projetos do Codam, entre bens intermediários (103) e finais (151). A partir daquele ano, houve oscilação no registro de projetos aprovados: Em 2008, foram 265; em 2009, 226; em 2010 chega a 141 e, finalmente, em 2011, há um crescimento, totalizando 152 indústrias. O Estado teve mais projetos aprovados de indústrias de bens finais em relação aos bens intermediários. Apesar disto, as indústrias de componentes apresentaram evolução.
Para o consultor de empresas José Laredo, a infraestrutura é o principal entrave para alavancar a economia do Polo Industrial de Manaus (PIM):  mais portos, aeroportos, estradas, frequência de voos e navios, além de desembaraços (liberação de produtos importados, após as verificações da Receita Federal), carga e descarga mais eficientes.
“Sou um dos que propõe maior redução da carga tributária sobre os componentistas e sua maior eficiência tecnológica. O objetivo é criar aqui a própria tecnologia de produção de insumos. Deste modo, podemos aliviar a balança comercial e aumentar a estrutura de produção local dos componentes”, explicou Laredo.
A elevação no ano passado pode ser considerada uma reação à crise de 2009 e à entrada do Brasil como grande nome econômico mundial. Entretanto, o cenário atual não é de saída definitiva. Na opinião do economista, ainda não há uma saída definitiva de nenhuma crise porque as economias mundiais se sobrepõem  umas às outras. “O País segue fazendo política econômica diariamente para manter-se sempre o mais longe possível das turbulências. Ainda assim, o Brasil e o Polo Industrial de Manaus não deixam de ser afetados, de uma ou de outra forma”, explicou.
Resultado do Codam - de 2007 a 2011. Dados: Seplan. Arte: Portal Amazônia.
Em termos de crise econômica, o Brasil está cada vez mais interligado com as economias desenvolvidas. O resultado é um constante entrelaçamento de mudanças de relação econômica setorial e/ou global do país.  A prorrogação do IOF de 6% sobre os empréstimos do exterior, de 3 para até  5 anos, é um exemplo. A medida preventiva mantém o real desvalorizado frente ao dólar para não prejudicar as exportações. Neste contexto globalizado, o PIM também sofre influência da economia mundial. Este desempenho afeta a quantidade de mão de obra nas fábricas do Amazonas.
Investimentos na RMM ainda tímidos
No final de 2009, o Codam aprovou 44 projetos para o PIM. A expectativa é de geração de mais de 1,4 mil empregos direto, em até três anos. Na época, os seguimentos mais beneficiados foram os eletroeletrônicos, os de componentes, turbinas hidráulicas usadas na hidrelétrica do Rio Madeira, de plástico, ferro e aço.
Em 2010, o montante em investimentos na última reunião foi o segundo maior valor discutido naquele ano, além de representar 2.430 vagas de empregos. Apesar destes números positivos, a quantidade de projetos aprovados não superou a marca registrada no ano anterior, quando 226 projetos industriais entraram em pauta.
A Ponte sobre o Rio Negro virou uma realidade em 2011. O melhor acesso aos municípios mais próximos de Manaus (Cacau-pierêra, Iranduba e Manacapuru) contribuiu para mais incentivos do governo do Estado e da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), mesmo assim os investimentos são tímidos.
No ano passado, o Codam aprovou mais de R$ 1 bilhão em projetos para Manaus e Iranduba. Pela primeira vez, desde a inauguração da Ponte Rio Negro, o Conselho analisou projetos para produção industrial do outro lado do rio. As propostas somaram 2,3 mil vagas de emprego a serem abertas ao longo de três anos.
“Com o passar do tempo, a iniciativa trará novas estratégias de captação de negócios, que poderão ser direcionadas para os municípios circunvizinhos beneficiados pela ponte”, afirmou José Laredo.
Emprego e renda em pauta
A geração de emprego e renda com a vinda de novas fábricas pode ser ainda mais estimulada. No ano passado, a mão de obra prevista em 214 projetos foi de 11.705 mil empregos contra 9.391  em 2009. Segundo o consultor, a Vantagem Tributária Comparativa (VTC) média do PIM está em torno de 57%, um atrativo para os empresários.
“Este número é bastante atrativo para os empresários, até que venha a cair se forem implementadas reduções dessas vantagens com o aparecimento de novas formas de tributar o ICMS inter estadual – Imposto sobre a circulação de mercadorias e prestações de serviços, entre os estados brasileiros”, alegou.

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