14/02/2013
Nas moradias do Alto Rio Negro, na Amazônia, a cozinha é à base de beiju, peixe e caça.
A composição básica continua sendo o forno, hoje de ferro, o fogo de chão, cuja base, na maioria das vezes são os trempes de ferro que convivem com os trempes de cerâmica, e os jiraus feitos de talas de paxiúba, para moquear alimentos e armazenas utensílios.
As mulheres dominam também, a confecção de utensílios de cerâmica com decoração resistente em negro e pintura em negativo. Essa técnica complexa inclui retirada, preparo, limpeza, modelagem, polimento, esfumaçamento perto do fogo e secagem.
Nas moradias do Alto Rio Negro, na Amazônia, a cozinha é à base de beiju, peixe e caça.
Foto: Divulgação
Portal Amazônia com informação do Musa
MANAUS - A cozinha é parte fundamental das moradias do Alto Rio Negro, na Amazônia. Como em todas as comunidades, as mudanças nas configurações das cozinhas estão relacionadas às transformações sociais pelas quais passaram os povos do noroeste amazônico. Nela, as mulheres produzem toda alimentação de consumo familiar e comunitário, cuja base é beiju, quinhapira, peixe, mujeca, mingau de tapioca, além de carne de caça, maniuaras, chibé, vinhos de frutas diversas. Em dias de trabalho comunitário e festivais, o caxiri.
Segundo o Museu da Amazônia, nas antigas cozinhas, cada homem casado de grupo local de descendência, tinha um compartimento em que vivia com a esposa e seus filhos. Lá havia uma fogueira, em que as mulheres cozinhavam e, sobre a qual, ficavam as reservas de alimento preservadas pela fumaça.
Próximo à porta de entrada das mulheres havia uma pequena zona comunal de cozinha e na parte aberta das malocas era realizada a refeição comunitária. Um forno comunitário servia para todos os moradores da maloca, para elaborar beiju de mandioca e torrar farinha.
Atualmente, as cozinhas são construções que variam de tamanhos. As paredes são feitas de casca de árvore envira ou palha branca trançada, às vezes de tábuas, e a cobertura é de palha de caraná, palha branca e, em alguns casos, alumínio.
Foto: Divulgação
A composição básica continua sendo o forno, hoje de ferro, o fogo de chão, cuja base, na maioria das vezes são os trempes de ferro que convivem com os trempes de cerâmica, e os jiraus feitos de talas de paxiúba, para moquear alimentos e armazenas utensílios.
Alguns utensílios são confeccionados por homens; outros, por mulheres. Por homens, estão os abanos de tucum, vassourinhas e pequenos balaios de cipó, defumadores de pimenta feitos de tala de bacaba ou tala de cipó, pilões de madeira-louro ou pau-amarelo, utilizados para socar pimenta, maniuara, pupunha; e maçaricos para socar frutas, como açaí e bacaba.
Pelas mulheres, estão as cuias, usadas para o consumo de bebidas diversas, feitas de metade do fruto da árvore cuietê, polidas por fora e envernizadas por dentro, sendo adornadas na beira externa ou na superfície inteira da face externa com motivos riscados.
Foto: Divulgação
As mulheres dominam também, a confecção de utensílios de cerâmica com decoração resistente em negro e pintura em negativo. Essa técnica complexa inclui retirada, preparo, limpeza, modelagem, polimento, esfumaçamento perto do fogo e secagem.
Um modelo da casa cozinha pode ser visitada na exposição “Peixe e Gente”, do Musa no Jardim Botânico (Rua Uirapuru, s/n – Cidade de Deus – Zona leste de Manaus).
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