Guiana Inglesa quer estrada para unir Manaus a porto de Georgetown

03/05/2013
Rodovia de 450 quilômetros ficará no lado estrangeiro e construção vai começar em 2014. Prazo de conclusão é de dois anos.

Foto: Divulgação/DNIT


Portal Amazônia, com informações da Suframa

MANAUS – O governo da Guiana Inglesa pretende estreitar relações comerciais com o Brasil a partir da ligação terrestre de Manaus com o porto de Georgetown. Uma comitiva daquele governo, liderada pelo diretor-executivo do Comércio e Indústria Nacional, Winston Brassington, esteve em Manaus, na sede Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), para discutir alternativas logísticas de integração entre os países.

Brassington informou que o governo da Guiana está com dois grandes projetos de integração com o Brasil. O primeiro permite a união de Manaus e o porto de Georgetown, por meio de uma rodovia. Para isso, é necessário pavimentar uma estrada de aproximadamente 450 quilômetros que liga as cidades de Lethem, na fronteira com o Brasil, a Linden. De acordo com o diretor, a rodovia está pavimentada e tem cerca de 100 quilômetros no trecho que vai de Linden até o porto de Georgetown.

O porto recebe embarcações com até cinco metros de calado, com tráfego de aproximadamente 60 mil contêineres por ano. “Assim como Manaus, importamos bastante. A maioria dos contêineres vem dos Estados Unidos e fica em tráfego na Jamaica”, explicou Brassington. O segundo projeto é a construção de um porto de águas profundas em New Amsterdam, a 150 quilômetros de Georgetown. A previsão do governo da Guiana é de iniciar o projeto da rodovia em 2014, com uma previsão de término em dois anos. Começada a rodovia, seria dado início a efetivação do projeto do porto.

“Esse diálogo com a Guiana passa também por um interesse da ZFM [Zona Franca de Manaus] alinhado ao Governo Federal. Um dos nossos desafios é melhorar o nosso desempenho logístico”, disse o titular da Suframa, Thomaz Nogueira.

Nogueira informou que a Suframa está dialogando com os países da Panamazônia, especialmente Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, para incrementar as trocas comerciais entre as nações e otimizar a possível logística para a chegada de insumos ao PIM. “No ano passado tivemos várias reuniões, este ano já fomos ao Peru e devemos ir ao Equador no mês de maio, para trabalhar nesses dois objetivos”, detalhou.

Segundo o superintendente, as duas oportunidades são possíveis também com a Guiana. “A primeira oportunidade é incrementar o comércio com o que podemos comprar da Guiana. Temos que identificar uma pauta de produtos que podem ser comprados do país, e, de outro lado, também temos que verificar o que podemos vender ao país. Produzimos motocicletas, televisores, entre outros exemplos. Precisamos tratar os aspectos legais e alfandegários para tentar incrementar esse comércio. O segundo aspecto são as alternativas logísticas. A minha expectativa é que esse encontro seja o primeiro passo para que possamos incrementar essas relações binacionais”, apontou.

Após a apresentação de Nogueira, a comitiva assistiu uma apresentação do grupo francês CMA/CGM, a terceira maior empresa de navegação do mundo, que mostrou a logística das principais rotas utilizadas pela empresa. Em seguida, o diretor-geral de Desenvolvimento Industrial da Moto Honda, João Mezari, fez uma breve apresentação das instalações da empresa no PIM e o funcionamento da escoação de produtos.

Bressington lembrou que atualmente muitos contêineres são transportados vazios a partir de Manaus, de acordo com a produção a ser escoada, e que essa também seria uma oportunidade para a Guiana fazer chegar seus produtos ao mercado brasileiro. O grupo segue na quarta-feira (03) para Boa Vista (RR) e até o mês de junho deve apresentar o resultado dos estudos aos presidentes de cada país, para assinatura de um acordo bilateral.

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