Servidores paralisam em dia de protesto

05/06/2014

Foto: Raynere Ferreira

ISAQUE SANTIAGO
Colaborador da Folha

Boa Vista - Servidores estaduais realizaram, ontem, pela manhã, um protesto unificado em frente à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), na Praça do Centro Cívico. Trabalhadores da saúde, educação e do setor urbanitário reivindicam reposição salarial e melhores condições de trabalho.

Os principais sindicatos estavam presentes na manifestação. Cada categoria expôs suas reivindicações, mas a reposição salarial de 4,5% era de comum acordo entre todos. A presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sueli Cardozo, disse que os servidores são os responsáveis pela produção de riqueza do Estado, por isso, todos queremos desfrutar dela. “Mas o que observamos aqui é uma concentração de renda na mão de alguns. Para termos um reajuste salarial anual e um auxílio alimentação e auxílio transporte, nós temos que nos manifestar toda vez”, disse.

Sueli ressaltou que os órgãos de controle, como o Ministério Público, devem ser cobrados a realizar fiscalização dos recursos públicos estaduais e municipais, saber onde o dinheiro público está sendo investido. “Se o Estado quebra e entra em uma situação de precariedade como está agora, é a população quem sofre, pois não terá os serviços públicos garantidos”, disse.

EDUCAÇÃO – Os profissionais da Educação reivindicam o enquadramento dos técnicos educacionais e servidores de apoio na lei 892/2013, que trata do plano de cargos e salários e alteração de carga horária. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), Ornildo Roberto, a lei foi aprovada, mas houve modificações. “Sendo encaminhadas algumas emendas de mudança, então a lei precisa ser aprovada mais uma vez. Nós esperamos que o governo agilize isso”, disse.

SAÚDE – Os profissionais de saúde reclamam do descaso do governo com a saúde pública. A secretária do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindprer), Heloísa Vieira, relata os transtornos que os profissionais passam diariamente. “Não temos material para trabalhar. O problema não é somente a falta de medicamentos, faltam coisas essenciais para realizarmos nosso trabalho de maneira adequada”, disse.

Heloísa destacou a superlotação dos hospitais. “Não há como trabalhar! São muitos pacientes para poucos funcionários e pouco material!”, reclamou. Ela ressaltou a situação dos profissionais no interior do Estado. Segunda ela, somente os médicos têm moradia garantida no Município de Uiramutã, a Nordeste do Estado.

“Os médicos possuem casas de apoio, residências providenciadas pelo governo e não precisam pagar aluguel. Nós também somos funcionários da Saúde e pagar aluguel com o salário de enfermeiro não é fácil. Não merecemos ser tratados desse jeito”, comentou.

URBANITÁRIOS – A principal reivindicação dos funcionários da Companhia de Água e Esgotos de Roraima (Caer), Companhia Energética do Estado de Roraima (Cerr), Eletrobras, Companhia de Desenvolvimento do Estado (Codesaima) e Eletronorte, representados pelo Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIU-RR) é a reposição salarial.

Segundo o presidente do sindicato, Antônio de Freitas, a classe não considera 4,5% um reajuste digno. “Nossas despesas são grandes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] está em 5,86% e o governo tenta nos empurrar 4,5%. Não aceitamos isso!”, frisou.

Freitas destacou a importância da participação da sociedade nas manifestações. “Temos que fazer a sociedade enxergar isso e participar dos movimentos, pois ela é maior prejudicada nisso tudo”, ressaltou.

Também participaram do ato unificado o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Roraima (Sindsep-RR), Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas ocupacionais de Roraima (Sinfito-RR) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT). Todas as classes estão em indicativo de greve. Caso as reivindicações não sejam atendidas, o serviço público estadual deflagrará greve. 

GOVERNO – A Folha entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do Palácio do Governo, mas não houve retorno até o fechamento da matéria, às 17 horas. (I.S)

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