Amazonas tem oito municípios em estado de emergência após cheia de rios




 Manaus - A Defesa Civil do Estado do Amazonas informou nesta quinta-feira (26) que oito municípios estão em estado de emergência por causa da cheia dos rios Solimões e Juruá, o que representa mais de 13 mil famílias atingidas. Segundo o órgão, apesar da região estar praticamente fora do ciclo da cheia, as chuvas da Colômbia e do Peru ainda estão contribuindo para a subida das águas.

As cidades de Tabatinga, Atalaia do Norte, Benjamin Constant (Alto Solimões), Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira e Itamarati (Juruá) são as atingidas. Todas são localizadas em áreas próximas a fronteiras, com distâncias de no mínimo 1.500 quilômetros da capital do Estado, Manaus, por via fluvial.

Nestes locais, os moradores conseguem pescar das janelas de suas palafitas e a água da cheia é utilizada para os serviços domésticos e consumo. A população só consegue transitar pelos arredores de suas casas graças a pontes de madeira, construídas pelo Estado. 

A prefeita de Ipixuna, Ana Farias de Oliveira, informou que nesta última semana, as águas pararam de subir. No entanto, o nível do rio permanece estável e as casas continuam com seus assoalhos encostados na água. Segundo ela, algumas dessas famílias já tiveram que improvisar a subida do piso das casas por duas vezes. “Como os assoalhos são de madeira, com brechas entre uma tábua e outra, no menor contato a água já invade as casas”, contou.

Segundo a última atualização do Serviço Geográfico do Brasil (CPRM), o nível dos dois rios está caindo. O Solimões, na cidade de Tabatinga, está com 12,75 metros. O pico foi no dia 10 de maio, quando o rio alcançou 12,89 metros. O órgão informou que não possui contato com o observador das águas de Atalaia do Norte e Benjamin Constant, mas que o registro deve ser semelhante ao caso de Tabatinga.

O nível do rio Juruá diminuiu cinco centímetros desde o último dia 2 de maio, quando teve o maior registro de cheia deste ano, alcançando 14,60 metros.  Esta tarde, o CPRM deve divulgar um novo relatório destes registros.
Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume das águas destes rios começou a aumentar no início do ano por conta do fenômeno oceânico-atmosférico conhecido como La Niña, que ocorre nas águas do oceano Pacífico (equatorial, central e oriental). A principal característica deste fenômeno é o resfriamento (em média de 2 a 3 ° C) anormal das águas superficiais nestas regiões do oceano Pacífico. Ainda segundo o Inmet, no Amazonas, o fenômeno chega a aumentar o índice das chuvas em até 30% e o problema se agrava por coincidir com o período de chuvas do Estado.

O Inmet informou ainda, nesta manhã, que não há previsão de pancadas de chuva na região nos próximos dias. 

As famílias destas regiões estão recebendo o auxílio do Subcomando de Ações de Defesa Civil do Estado (Subcomadec/AM) por meio da entrega de cestas básicas, uma vez que a maioria dos comércios destas regiões está fechado. A população também recebe, semanalmente, kits de higiene e medicamentos. De acordo com o órgão, além da ajuda humanitária, os ribeirinhos dos municípios também têm recebido atendimento médico do 7º Comando Aéreo Regional.

Fonte: UOL

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