Em oito meses, acidentes aéreos na Amazônia aumentam em quase 30% em 2011


Domingo 29 de Janeiro de 2012
Diego Toledano - portalamazonia
Foto: Divulgação/Shuterstock
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MANAUS – Nem mesmo o tráfego aéreo está livre de acidentes na Amazônia. De janeiro a julho de 2011, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou 23 ocorrências em sete Estados da região. O número é 27,8% maior que o contabilizado no mesmo período do ano anterior, quando os incidentes chegaram ao número de 18 casos. Os estados do Amapá e Tocantins não apresentaram acidentes no período de 2011.
A maioria dos acidentes se concentrou no Mato Grosso. O Estado registrou nove ocorrências de janeiro ao início de agosto de 2011. Em segundo lugar aparece o Pará, com seis acidentes, seguido do Amazonas (três), Roraima (dois), Acre, Rondônia e Maranhão, com apenas um acidente cada.
O maior fator contribuinte aos casos, de acordo com Anac, é a perda de controle da aeronave. Nove dos 23 casos registrados no período citado são resultado da perda do controle da máquina, seja em vôo ou em solo. Outro motivo de alta freqüência nos dados da Anac são colisão de obstáculos (quatro casos), falha no motor (três acidentes do tipo). Além destes, estão a conhecida pane seca, resultado de falta de combustível (dois casos) e pane na hélice, com apenas um caso registrado nos primeiros oito meses de 2011. Apenas três acidentes registrados no relatório não tiveram causas determinadas.
Investigação
Para entender os fatores contribuintes de uma ocorrência, o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) realiza três etapas de análises para chegar ao resultado final. A afirmação é do chefe da sétima unidade do órgão, localizada em Manaus, major Arthur Rangel. Ele contou ao portalamazonia.com que o primeiro passo é a realização do Relatório de Ação Inicial (RAI), que tem por objetivo coletar informações factuais sobre o incidente, como documentação da aeronave e do piloto, dados de meteorologia e relatos de testemunhas. As informações dão impulso para formulação da próxima etapa de investigações: Relatório Preliminar (RP).
O RP, segundo Rangel, vai analisar informações coletadas no RAI e testá-las por meio de um minucioso processo de estudos técnicos e operacionais. O objetivo desta etapa é identificar fatores que efetivamente contribuíram para ocorrência. O prazo para entrega deste documento é um ano. “Como próprio nome diz, este relatório é preliminar. Portanto, não tem divulgação ao público, sendo remetido somente ao Órgão central, o Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), localizado em Brasília”, contou.
O Relatório Final (RF) permite divulgação dos dados conclusivos aos envolvidos e ao público em geral. Seguindo padrão internacional, o Cenipa não tem um prazo estipulado para expedição desta etapa final, pois dependerá muito da complexidade do acidente e, por vezes, tem de aguardar resultados de exames realizados fora do Brasil.
Ação preventiva
De acordo com chefe da sétima unidade, localizada em Manaus, Major Arthur Rangel, as investigações visam evitar novos casos. “A investigação realizada pelo Seripa tem cunho essencialmente técnico, ou seja, buscamos resultados sem atribuição de apontar culpados ou responsáveis. Este papel cabe ao poder judiciário”, comentou. Para fortalecer prevenção de novos acidentes, o órgão realiza trabalhos educacionais.
A ação engloba conjunto de atividades no âmbito de simpósios, seminários e palestras para conscientizar pilotos e aeroviários sobre os riscos no sistema de aviação civil. Os trabalhos são focados para empresas regionais, escolas de aviação, além de órgãos públicos. “É importante aletarmos todos aqueles que dão suporte e fazem patê da aviação civil”, disse Rangel.

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