8 crianças estão com suspeita da doença

02/04/2012
Foto: Arquivo/Folha


Yana Lima

Boa Vista -Até ontem, oito crianças yanomami estavam internadas no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) com diagnóstico de influenza e estão sob investigação para análise da possibilidade de estarem infectadas pelo vírus H1N1, a chamada de gripe suína. Até o momento, nenhum caso foi confirmado no Estado recentemente. As suspeitas sobre a circulação do micro-organismo vieram à tona depois da morte de um bebê indígena, de seis meses, na última terça-feira, 27, na Casa de Saúde Indígena (Casai).

A equipe do hospital nega que a morte tenha relação direta com o quadro de síndrome gripal apresentada pela criança. O quadro dos outros indígenas internados não é considerado grave. Roraima possui 10% da população de índios do país; no Estado, os indígenas representam 20% dos habitantes.

Já foi confirmado que os indígenas estão com o vírus da gripe (influenza A), mas o subtipo - se é a sazonal ou a H1N1 - será descoberto por meio de exame específico. O material foi coletado e encaminhado para o Laboratório Central de Roraima, e de lá segue para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. O resultado das análises demora uma média de 20 dias para ficar pronto. 

Com relação ao caso da morte do bebê, supostamente devido ao vírus, a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HCSA, Cecília Bessa, explicou que a criança esteve internada na unidade hospitalar e apresentava diarréia. Depois de sua alta hospitalar, ao ser encaminhada para a Casai, apresentou insuficiência respiratória, tendo que ser reinternada no HCSA, onde seu quadro piorou e culminou com a sua morte. “O diagnóstico está sendo mantido em prontuário, mas não está relacionado com o H1N1”, disse. 

A enfermeira afirmou que a morte aconteceu em uma manhã e na tarde do mesmo dia, outras crianças da mesma etnia foram internadas com sintomas de gripe, o que pode ter induzido a população a relacionar os casos. Mas não há nenhum laudo que comprove a existência de um surto do vírus.

Em uma reunião com o Distrito Sanitário Especial Yanomami (Dsei Yanomami), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o número foi considerado como normal para o período, de modo que de janeiro a abril seriam mais comuns os casos de doenças respiratórias nas comunidades. “Estamos em contato com o Dsei Yanomami e já estamos tendo um trabalho de parceria, pois se houver confirmação [de casos de H1N1], estaremos preparados para receber”, concluiu. 

Para uma avaliação da situação geral nas comunidades indígenas em relação à possível de incidência da doença entre os yanomami, a reportagem tentou contato com o Distrito Especial de Saúde Indígena Yanomami (Dsei Yanomami), por meio da Sesai, e com a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), no entanto, não obteve êxito. Está agendada para hoje uma reunião entre representantes da Sesai e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau)

VACINAÇÃO - A Campanha de Vacinação contra a influenza A em Roraima acontecerá de 5 a 25 de maio. A estimativa é aplicar cerca de 107.500 doses em todos os municípios do Estado.

O grupo prioritário serão crianças de até dois anos, grávidas, maiores de 60 anos e profissionais da área de saúde. Até o final deste mês, o Ministério da Saúde enviará as doses da vacina para as unidades de saúde.

Desde o ano passado Roraima não registra casos da doença, que em 2009 matou duas pessoas. À época, 77 casos de incidência do H1N1 foram notificados no Estado. Desses, 38 tiveram confirmação e 39 foram descartados. Não houve caso de indígena contaminado pela gripe suína.

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