Pai é acusado de estuprar filha há um ano

Mais um crime de violência sexual contra criança, cometido em família, levou para a prisão na terça-feira um pai biológico que estava abusando sexualmente da filha. Hélio Rodrigues da Silva, 42, foi autuado em flagrante por crime de estupro de vulnerável continuado, uma vez que a vítima tem 12 anos e começou a ser violentada no ano passado, quando tinha 11 anos.

Os abusos aconteciam dentro da casa da família, na Vila Moderna, Município de São Luís do Anauá, sul do estado, e foi denunciado anonimamente para a Delegacia de Polícia Civil do Município de São João da Baliza.

O delegado Cid Guimarães e dois agentes foram até o endereço indicado e, ao chegarem, encontraram apenas a garota, pois o pai estava trabalhando e a madrasta tinha saído. A criança confirmou que era abusada sexualmente pelo pai desde 2009, porém não queria que fosse preso, pois tinha medo das ameaças que ele fazia a ela e aos irmãos.

Pouco tempo depois, a madrasta chegou e presenciou a enteada contar que o pai a estuprava desde os 11 anos. A madrasta disse ao delegado que desconfiava da atitude do companheiro com relação à filha, principalmente depois que ela começou a namorar, mas não falava nada.

Cid Guimarães acrescentou que, depois de ouvir o relato da garota, conduziu a vítima para fazer exame de conjunção carnal, que constatou o estupro. A garota foi acompanhada da madrasta e o delegado seguiu com os policiais até o local onde o acusado estava trabalhando e fez a prisão dele.

Hélio da Silva foi conduzido para a delegacia e confessou que abusava sexualmente da filha. Ele alegou que foi “fraqueza da carne”. O delegado destacou que a mãe biológica da vítima mora no Maranhão e, depois da separação, em 2000, o pai disse que veio para Roraima, onde formou nova família.

Em 2007, retornou ao Maranhão e trouxe a filha para morar com ele. A garota contou que o pai ficava lhe assediando até ano passado, quando a estuprou dentro de uma rede, no lote da família.

Depois disso, os abusos continuaram e ficaram cada vez mais frequentes. Ele esperava a mulher e os irmãos da vítima dormirem. A garota disse que não podia fazer nada, pois não tinha como se defender e evitar os estupros, pois o pai a ameaçava e também ameaçava os irmãos.

Na terça-feira, depois de concluído o procedimento policial, Hélio passou por exame de integridade física e depois foi entregue à Cadeia Pública de São Luís do Anauá.


Fonte Folha de Boa Vista

Mulher corre o risco de perder a mão

ANDREZZA TRAJANO

A manicure Lady Anne Chaves Vieira, 26, corre o risco de perder a mão direita, depois de uma sequência de erros e negligência médica, conforme denúncia da família. Um profissional de saúde quebrou um jelco (plástico que envolve uma agulha) enquanto puncionava a veia de Lady Anne e parte do objeto ficou dentro do braço dela por três dias. O material só foi retirado na terça-feira, 21, quando seu membro já estava paralisado.

A irmã dela, a funcionária pública Jaiara Nascimento, disse que Lady Anne está em estado de choque. Ela não entende como ao procurar o serviço público de saúde para resolver um problema voltou para casa com outro pior.

A manicure sofreu um acidente de motocicleta no sábado, 18 e sofreu escoriações pelo corpo e bateu o tórax. Levada ao Pronto Atendimento Airton Rocha, foi medicada e liberada no mesmo dia. Na madrugada de domingo, 19, ela passou mal e foi levada pelo Samu de volta ao hospital.

Lá um médico que a atendeu prescreveu uma medicação intravenosa. O profissional de saúde, ao tentar localizar a veia, quebrou o jelco dentro de seu braço. Não se sabe se o material ficou dentro de uma veia ou de uma artéria – nesse último caso, a situação é pior.

O jelco, um plástico que envolve uma agulha, quando é inserido na veia, a agulha é retirada e ele permanece – parcialmente do lado de fora da pele –, por onde é injetada a medicação.   

Lady Anne foi levada para o Grande Trauma, onde o médico plantonista solicitou um raio-x e visualizou o objeto no braço dela. Conforme Jaiara, o médico disse que seria necessário esperar amanhecer o dia para que ela fosse avaliada por um cirurgião. Ela foi mandada para casa porque o hospital estava lotado e não tinha vaga em nenhum leito.

No outro dia, ela retornou ao hospital e foi examinada por uma cirurgiã. Jaiara conta que a médica disse que sua irmã não tinha nada no braço. “Ela disse para minha irmã, que insistia que tinha um pedaço de jelco em seu braço, que ela fosse para casa e o tirasse então. Porque ela era formada em medicina e estava dizendo que não havia nada”, relatou.

Um clínico, sensibilizado com a situação de Lady Anne, disse que ela fosse ao Hospital Coronel Mota na segunda-feira, 20, fazer uma ultrassonografia no braço, já que o aparelho do pronto atendimento não tem boa resolução.

No dia seguinte ela foi ao hospital e, enquanto fazia a ultrassonografia, a máquina quebrou. Ela retornou na terça-feira, 21, ao hospital, mas a máquina continuava quebrada. Ela foi informada que somente no dia 7 de janeiro é que a máquina voltaria a funcionar.

Desesperada e com muita dor, a manicure voltou ao pronto atendimento, quando conseguiu ser atendida por um cirurgião vascular. Ela foi submetida a um exame de ultrassonografia, mas o objeto não apareceu nas imagens.

O médico disse para ela indicar onde estava doendo, e ela apontou para a dobra do braço. O cirurgião aplicou uma anestesia, fez um corte no braço dela com um bisturi e achou o pedaço do jelco.

“O cirurgião ficou revoltado com o que viu. Disse que o tratamento deveria ter sido feito nas primeiras 6 horas após o incidente. Como o sangue não estava mais circulando no braço, ela corre o risco de perder a mão. A mão dela está fechada, sem mexer. Minha irmã está sofrendo muito”, contou a funcionária pública, acrescentando que a irmã tem quatro filhos pequenos, o que agrava a situação.

Jaiara explicou que o cirurgião elaborou um documento para que ela consiga Tratamento Fora de Domicílio (TFD), já que aqui em Roraima não existe tratamento adequado para o caso.

Ela denunciou o caso junto ao 1º Distrito Policial, levou a irmã para fazer exame de corpo de delito e vai formalizar denúncia na Promotoria de Saúde do Ministério Público Estadual.

Um médico ouvido pela Folha explicou que o caso de Lady Anne Chaves Vieira indica que provavelmente alguma artéria foi atingida pelo pedaço de jelco, o que pode ter provocado uma oclusão arterial, ou seja, o entupimento das artérias, o que resulta na morte de alguns tecidos, principalmente os nervosos. 

A partir daí, ocorre atrofiamento do membro, como é o caso da mão dela, podendo provocar ainda a perda do membro. Apenas com o TFD a paciente pode ter condições de melhorar as sequelas, já que lá ela receberá medicação adequada e fará fisioterapia.



Sesau diz que instaurou procedimento para investigar denúncia da manicure

Em nota enviada à Redação da Folha, a Secretaria Estadual de Saúde Sesua) informou ter solicitado abertura de procedimento para investigar o incidente, uma vez que “preza pelo atendimento seguro e de qualidade à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Quanto ao TFD, esclareceu que a solicitação já foi feita e que o processo tramita em caráter de urgência no setor responsável, sendo a paciente informada com antecedência do local e data que será feito o procedimento.

“Ressaltamos ainda que, para a liberação do TFD, a Sesau depende do parecer da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade, que identifica a vaga em uma das unidades públicas do Brasil onde o procedimento da paciente poderá ser feito. Somente após esse retorno, é que a Sesau autoriza a paciente para o Tratamento Fora de Domicílio”, encerra a nota.

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