Famílias ocupam prédio do governo
NAIRA SOUSA
Famílias que deixaram a invasão conhecida por “Anchietão”, no bairro Equatorial, cumprindo uma decisão judicial de reintegração de posse no mês de fevereiro, estão abrigados há 23 dias em um malocão localizado na rua Luiz Reis Cristo, também no Equatorial. Segundo moradores, o local pertence ao Estado e quem administrava era a Secretária do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes).
Segundo Suzana Martins, 37, existe uma autoridade, que ela preferiu não revelar o nome, ajudando essas famílias. Ela relata que foi essa pessoa que levou os invasores para o malocão e prometeu que nos próximos dias vai levar os ocupantes para um lugar fixo. “Hoje [ontem] mesmo essa autoridade veio aqui e disse que as providências vão ser tomadas”, disse Suzana.
O malocão estava abandonado, conforme o leitor que enviou e-mail para a Folha. “Isso é um descaso com o bem público. Como contribuinte de caros impostos, fico triste de ver esses patrimônio abandonado, depredado e invadido por pessoas”, disse Augusto Valente na correspondência eletrônica.
As telhas, portas, paredes, portão já não existem mais. Mato e lixo tomam conta do local. No total, 30 famílias com 53 crianças foram abrigadas no malocão, mas devido às chuvas dos últimos dias muitos foram buscar ajuda na casa de parentes.
Apesar de o local não ter mais cobertura, sete famílias ainda permanecem no prédio, as quais consideram o lugar moradia fixa e alegam não ter para aonde ir. Dentro do malocão, os ocupantes se dividem em salas, como se fossem quartos, onde estão camas, colchões, fogão, máquina de lavar, cadeiras e roupas.
“A situação aqui está precária. Infelizmente não temos para onde ir. Vim do Paraná e em Boa Vista não tenho família com condições de me ajudar, muito pior para dar uma moradia. Na invasão no Anchietão fomos expulsos e, mesmo assim, não quero mais essa vida de invasora, e sim um lugar para morar”, relatou Suzana.
No terreno do malocão, na área de trás, barracas de lona e madeira foram erguidas. Em um desses locais o piso foi feito com resto de madeira. Suzana relata que durante a noite dormem oito pessoas, das quais cinco crianças, em redes que são armadas no lugar.
Na barraca ao lado, a lona foi utilizada para fazer o teto e fechar o barraco, local onde vive uma família com dez crianças. “Na noite de terça para quarta-feira, devido à forte chuva, a barraca caiu. Levantei quando ouvi os gritos das crianças. Hoje [ontem] pela manhã eles decidiram ir embora atrás de outro lugar para morar”, relatou Suzana.
“Muitas vezes temos que dormir em cima dos colchões molhados. Para comer dependemos da doação das pessoas que têm solidariedade. Antes de invadir o Anchietão, eu morava em uma casa cedida por uma pessoa que estava viajando, mas ela voltou e não tive outra opção, ao não ser construir uma casa no Anchietão. Hoje estamos aqui, mas na esperança de que as autoridades vão nos ajudar”, disse Silene Moura.
CIDADÃO - De acordo com a ocupante Suzana Martins, a mesma pessoa que organizou a invasão “Anchietão”, no bairro Equatorial, está organizando a invasão de uma área particular às margens do Anel Viário, no final do Conjunto Cidadão, ação iniciada na tarde de sexta-feira da semana passada. A Folha flagrou durante o final de semana mais de 500 pessoas na área com materiais de capina, levantando barracos e dividindo os lotes.
SETRABES – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Setrabes. Foi enviado e-mail sobre o assunto e questionando sobre a ocupação do malocão, mas até o fechamento da matéria a assessoria não se manifestou sobre o assunto. (N.S)
Famílias que deixaram a invasão conhecida por “Anchietão”, no bairro Equatorial, cumprindo uma decisão judicial de reintegração de posse no mês de fevereiro, estão abrigados há 23 dias em um malocão localizado na rua Luiz Reis Cristo, também no Equatorial. Segundo moradores, o local pertence ao Estado e quem administrava era a Secretária do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes).
Segundo Suzana Martins, 37, existe uma autoridade, que ela preferiu não revelar o nome, ajudando essas famílias. Ela relata que foi essa pessoa que levou os invasores para o malocão e prometeu que nos próximos dias vai levar os ocupantes para um lugar fixo. “Hoje [ontem] mesmo essa autoridade veio aqui e disse que as providências vão ser tomadas”, disse Suzana.
O malocão estava abandonado, conforme o leitor que enviou e-mail para a Folha. “Isso é um descaso com o bem público. Como contribuinte de caros impostos, fico triste de ver esses patrimônio abandonado, depredado e invadido por pessoas”, disse Augusto Valente na correspondência eletrônica.
As telhas, portas, paredes, portão já não existem mais. Mato e lixo tomam conta do local. No total, 30 famílias com 53 crianças foram abrigadas no malocão, mas devido às chuvas dos últimos dias muitos foram buscar ajuda na casa de parentes.
Apesar de o local não ter mais cobertura, sete famílias ainda permanecem no prédio, as quais consideram o lugar moradia fixa e alegam não ter para aonde ir. Dentro do malocão, os ocupantes se dividem em salas, como se fossem quartos, onde estão camas, colchões, fogão, máquina de lavar, cadeiras e roupas.
“A situação aqui está precária. Infelizmente não temos para onde ir. Vim do Paraná e em Boa Vista não tenho família com condições de me ajudar, muito pior para dar uma moradia. Na invasão no Anchietão fomos expulsos e, mesmo assim, não quero mais essa vida de invasora, e sim um lugar para morar”, relatou Suzana.
No terreno do malocão, na área de trás, barracas de lona e madeira foram erguidas. Em um desses locais o piso foi feito com resto de madeira. Suzana relata que durante a noite dormem oito pessoas, das quais cinco crianças, em redes que são armadas no lugar.
Na barraca ao lado, a lona foi utilizada para fazer o teto e fechar o barraco, local onde vive uma família com dez crianças. “Na noite de terça para quarta-feira, devido à forte chuva, a barraca caiu. Levantei quando ouvi os gritos das crianças. Hoje [ontem] pela manhã eles decidiram ir embora atrás de outro lugar para morar”, relatou Suzana.
“Muitas vezes temos que dormir em cima dos colchões molhados. Para comer dependemos da doação das pessoas que têm solidariedade. Antes de invadir o Anchietão, eu morava em uma casa cedida por uma pessoa que estava viajando, mas ela voltou e não tive outra opção, ao não ser construir uma casa no Anchietão. Hoje estamos aqui, mas na esperança de que as autoridades vão nos ajudar”, disse Silene Moura.
CIDADÃO - De acordo com a ocupante Suzana Martins, a mesma pessoa que organizou a invasão “Anchietão”, no bairro Equatorial, está organizando a invasão de uma área particular às margens do Anel Viário, no final do Conjunto Cidadão, ação iniciada na tarde de sexta-feira da semana passada. A Folha flagrou durante o final de semana mais de 500 pessoas na área com materiais de capina, levantando barracos e dividindo os lotes.
SETRABES – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Setrabes. Foi enviado e-mail sobre o assunto e questionando sobre a ocupação do malocão, mas até o fechamento da matéria a assessoria não se manifestou sobre o assunto. (N.S)
Fonte: Folha de Boa Vista
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