Mulheres, artistas, amazônidas

Da música à fotografia. Conheça o perfil de mulheres que são destaques no meio artístico em Roraima.
08/03/2012

RORAIMA – Elas são mulheres, artistas e roraimenses. Ligadas desde a infância pela paixão a arte, o sucesso e a realização profissional vieram logo cedo. Em homenagem ao Dia da Mulher, o portalamazonia.com lista as seis mulheres que são destaques no meio artístico e cultural de Roraima.
Na música, teatro, artes plásticas,  fotografia, artesanato  e poesia. Conheça o perfil de mulheres que fazem da arte, trabalho e estilo de vida em Roraima.
Euterpe
Euterpe. Foto: Jorge Macêdo
Andressa Nascimento, conhecida como Euterpe – nome artístico em homenagem a musa da música na mitologia grega e também, nome científico da palmeira do açaí -, é uma cantora roraimense, dona de uma voz marcante e um charme todo regional. Com 26 anos de idade, Euterpe começou a gostar de música desde criança. Musicalizada desde cedo pelo pai, aos seis anos começou a estudar música.
Em 2007, iniciou suas primeiras composições, com influência das letras do poeta regional Eliakin Rufino, hoje parceiro musical e produtor artístico. “Além das inspirações poéticas, os sons do dia a dia, do ritmo da vida, da música no rádio, da paisagem exuberante de Boa Vista, também são minhas inspirações”, disse a cantora.
Em 2008, contemplada pelo Projeto Pixinguinha da Fundação Nacional de Arte (Funarte), Euterpe lançou seu primeiro CD – Batida Brasileira, com 12 faixas.
Com apresentações em festivais de música, em diversas cidades da região norte, Euterpe pretende para este ano de 2012 conhecer outras regiões do país e produzir um novo CD, com previsão de lançamento para julho deste ano.
“Sou uma mulher do povo, vivo nessa luta, com a felicidade de pertencer a esse gênero magnífico e belo. Sou mulher e me expresso com música”, disse Euterpe sobre como é ser mulher em Roraima.
Cora Rufino
Dos palcos aos espetáculos de rua. Cora Rufino é roraimense, atriz de teatro e hoje, estudante da arte na Universidade Federal de Minas Gerais. Com 25 anos de idade, sendo 11 anos de teatro, Cora já se apresentou em festivais no Amazonas e em Rondônia.
Cora Rufino no espetáculo 'Oito Olhos'. Foto: Marcelo Seixas
Foi integrante da Cia do Lavrado e da Cia do Pé Torto, onde se consolidou como atriz e conquistou a admiração dos amantes do teatro em Roraima.
Pâmela Peccini
Artista plástica e professora de arte, Pâmela Peccini começou logo aos 13 anos no trabalho artístico. A paixão a este meio veio com a influência da mãe – artista autoditada.
Com mais de 100 telas produzidas, Pâmela já expôs seu trabalho na Orla Taumanan, na Assembleia Legislativa e, em 2008, em Brasília, numa exposição com obras de artistas nacionais.
Pâmela Peccini e uma de suas obras. Foto: Arquivo Pessoal
Para a jovem artista, que já se consagrou em Roraima com as pinturas a tinta óleo, pintar é mais uma fuga do que um hobby. “Amo pintar e faço isso em vários momentos, mas quando algo não anda bem, eu entro no meu próprio mundo e apago todos os problemas e preocupações da mente, me concentrando totalmente na obra”, disse Pâmela.
Andrezza Mariot
O interesse pela fotografia veio logo cedo, ainda na infância com as fotos para registrar os encontros de família. Na graduação, Andrezza Mariot – formada em Comunicação Social na Universidade Federal de Roraima e especialista em Assessoria de Comunicação e Novas Tecnologias pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Extensão -, despertou para o universo profissional dessa arte em 2006, com dedicação ao jornalismo ambiental e à fotografia da natureza.
Andrezza Mariot. Foto: Arquivo Pessoal
Dona de um olhar fotográfico ímpar, Andrezza Mariot é conhecida por trabalhos fotográficos no lavrado roraimense, com registros de animais da região e da flora do estado. Além disso, Andrezza ganhou destaque com publicações de matérias jornalísticas em revista de circulação nacional, dedicada ao esporte subaquático e publicações de fotografias de animais silvestres em diversos portais de comunicação e, ainda, com uma exposição fotográfica retratando o modo de produção artesanal de cerâmica entre as mulheres Macuxi da terra indígena Raposa Serra do Sol.
Curicacas no lavrado. Foto: Andrezza Mariot
“A fotografia carrega uma magia que não sei explicar. Talvez por ser uma representação da realidade e ter o poder de preservar e despertar a memória, ela cause tanto fascínio nas pessoas. Para mim, fotografar é uma terapia; é um momento em que esqueço o mundo e me concentro no meu momento, para capturar a imagem que desejo”, disse a fotógrafa Andrezza Mariot.
Lídia Raposo
Lídia Raposo. Foto: Arquivo Pessoal
Lídia Raposo é responsável por manter viva uma cultural milenar e uma tradição indígena em Roraima: a produção das panelas de barro. Natural da Raposa Serra do Sol – reserva indígena no estado -, Lídia trabalha com artesanato há 15 anos e aprendeu a arte com a avó, quando ainda criança.
Odara Rufino
Filha do poeta, cantor e compositor Eliakin Rufino, Odara Rufino não nega o DNA. Com apenas 15 anos, Odara lançou em 2011 seu primeiro livro de poesia: Rede do Sonho. Segundo a poetisa, o lançamento do livro, foi um momento de debutar para a vida social e para a vida poética.
Para Odara, a poesia sempre esteve presente em sua vida, desde a alfabetização. “Vejo a vida uma poesia. Tudo me inspira. Ver o lado poético das coisas, é ver o lado bom no ruim, ver luz na escuridão”, disse.
Odara Rufino. Foto: Arquivo Pessoal
“Nos meus poemas, sempre gosto de deixar um toque regional. Gosto de escrever sobre temas regionais, e me desafio a escrever sobre qualquer tema. Gosto da diversidade de temas. Também gosto de mostrar minha raiz através da escrita”, comentou a poetisa.
Com 20 poemas lançados, Odara passeia por uma variedade de estilos, entre poemas longos, prosa, verso livre e soneto e, já conquistou seu espaço no meio artístico em Roraima. Confira a poesia ‘Eu Espero’ de Odara Rufino:
“Enquanto você beija outra boca
eu aponto outro lápis.
Enquanto você sente prazer
eu sinto a poesia.
Enquanto você ama outro alguém
eu espero o tempo envelhecer
o dia parir outras manhãs
e a madrugada dormir nas tuas maçãs.
Enquanto você descansa
eu espero a noite saquear a cidade
trazendo de volta minha felicidade
e a cola-mil
pra colar os cacos do meu coração.
Pode demorar cem anos
mas é melhor esperar por amor
do que se apressar por solidão.”
(Eu Espero/Odara Rufino/ Livro Rede do Sonho/Pág. 50)

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