Sobe para 18 o número de municípios em estado de emergência no Amazonas

16/04/2012
Na somatória das 25 cidades monitoradas pela Defesa Civil do Estado, a cheia já atingiu 29.916 famílias.


Redação Jornalismo portalamazonia

MANAUS - Os municípios de Uricurituba, Careiro da Várzea, Nova Olinda do Norte, Itacoatiara, Caapiranga e Tapauá entraram em estado de Emergência devido às cheias no Amazonas. As cidades são atingidas pelas enchentes nas calhas do Médio Amazonas, Baixo Solimões, Madeira e Purus.

Segundo a Defesa Civil, 31 municípios devem decretar estado de emergência nos próximos dias. Desses, 18 já estão oficialmente em situação de emergência e 12 estão em análise.
Em informação anterior, o órgão avaliou que Caapiranga deveria entrar com o pedido de decreto de emergência até o dia 29 deste mês, quando o município estaria todo afetado pela enchente. A cheia já chegou à zona rural.

No somatório das 25 cidades do Estado monitorados pelo Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec), a cheia já atingiu 29.916 famílias. Com o objetivo de amenizar os problemas, o governo do Amazonas liberou o cartão Amazonas Solidário para os afetados pelas enchentes. O benefício tem valor de R$ 400.

Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) em parceria com o Instituto Max Planck de Química (MPIC), a cheia deste ano será das
mais severas já registradas no Amazonas, com média prevista para 29,67m (margem de erro de 29,29-30,05 m), apenas 10 cm abaixo que a maior cheia já registra em 2009 (29,77m).

O chefe da seção de previsão do tempo do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) em Manaus, Veríssimo Farias, afirmou que haverá precipitações pluviométricas (chuvas) acima do normal em abril e maio. Essa elevação acontece somente na área Norte do Amazonas.

“Manaus ficará próximo ao normal climatológico. Para todo o mês de abril, o normal é de 311.2mm. Para o próximo mês, a previsão é de 279.3mm, sendo que a variação é de 15%”, explicou Farias.

Ajuda humanitária


Os próximos municípios que serão atendidos com ajuda humanitária são Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Tonantins, Santo Antonio do Içá e Amaturá – todo da calha do Solimões – e Borba, da calha do Madeira.

Neste período de cheias, a alimentação dos ribeirinhos é uma das necessidades mais afetadas, pois a enchente dificulta a pesca. Além disso, os comunitários precisam antecipar a colheita para não perder a plantação. “Por isso, nossa primeira atividade é a segurança alimentar. A ajuda que enviamos contém cestas básicas”, afirmou o secretário adjunto do Subcomando da Defesa Civil (Subcomadec), Hermógenes Rabelo (http://www.portalamazonia.com.br/editoria/atualidades/mais-de-mil-voluntarios-ajudarao-vitimas-da-cheia-no-am/).

O secretário informou a capacitação de mais de mil voluntários, ocorrida no início do ano. Estas pessoas receberam cursos específicos para auxiliar a população atingida pela enchente no rio Juruá.

A manutenção da saúde das vítimas é outro ponto crucial. Neste caso, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) auxilia com um kit de medicamentos e de limpeza, além de itens para higiene pessoal. O objetivo é evitar ou diminuir o impacto das doenças de veiculação hídrica – como hepatite, malária, dengue e as verminoses.

CPRM apresenta níveis d’água dos rios


Conforme o 13o Boletim de Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a bacia do rio Amazonas, na altura do município de Parintins, está apenas a 2cm abaixo do registrado na maior cheia, em 2009.

Na semana passada, as estações do Rio Negro tiveram elevação acentuada. Nos municípios de Barcelos, Tapuruquara e São Gabriel da Cachoeira, os níveis estão 53, 7 e 124 cm acima dos valores registrados na mesma data dos anos das maiores cheias, em 2009. Na capital amazonense, o nível atual está 28 cm acima do valor registrado no dia 13/04/2009 (ano da maior cheia).

Na Bacia do Javari, em Palmeiras do Javari, o nível d’água está 25 cm acima do registrado na mesma data de 2011.

Alerta de cheia histórica também para os municípios da Bacia do Solimões – em Tabatinga, o nível d’água está 30 cm abaixo da cheia
histórica. Em Itapéua e Careiro, os níveis estão 29 e 22 cm acima dos registrados na mesma data do ano da maior cheia nas respectivas estações (2009).

Em Humaitá (Bacia do Madeira) e Boca do Acre (Purus), o CPRM apontam que os níveis d’água estão em declínio.

Os dados hidrológicos utilizados no boletim são provenientes da rede hidrometeorológica de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo Serviço Geológico do Brasil. Os dados de climatologia foram fornecidos pelo Sistema de Proteção do Amazonas (Sipam).

Nenhum comentário:

Postar um comentário