Com falta de engenheiros, Amazonas busca profissionais em outros estados

30/09/2012

Nos próximos cinco anos, o Polo Industrial de Manaus vai oferecer mais de 1.500 postos de trabalhos na área

Foto: Shutterstock


Adriano Rodrigues portalamazonia

MANAUS – O mercado de trabalho no Amazonas está de portas abertas para os engenheiros. Somente o Polo Industrial de Manaus (PIM) vai oferecer mais de 1.500 postos de trabalhos na área, já nos próximos cinco anos.
A Federação das Indústrias e Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam) detectou a carência de engenheiros em uma pesquisa com 34% de 102 empresas do PIM.

De acordo com o coordenador de Relações do Trabalho e Emprego da Fieam, Ocimar Melloni, o estudo – realizado de julho a setembro de 2012 – constatou que não há mão de obra qualificada no Estado. “O mercado está sempre se transformando e os profissionais precisam estar atentos onde estão as necessidades de cada mercado”, disse.
As engenharias que deverão abrir mais vagas são de Materiais, Eletrônica e Produção.  A pesquisa da Fieam com as empresas do PIM detectou que, atualmente, a demanda de profissionais para as áreas em questão é de 9 engenheiros de materiais, 12 de eletrônica e 34 engenheiros de produção. A lista também aprensenta oportunidades para engenharia mecânica, elétrica, automação, RH, administração, sistema de informação e projetos.
Salários
No Amazonas, dependendo da empresa, um estagiário de engenharia começaria ganhando, em média, R$ 1.200. Após formado, o profissional passaria a ganhar, no início de carreira, R$ 3.000.
Como o mercado para esses profissionais está aquecido, a concorrência por eles também é grande. As empresas que podem pagar mais, levam os engenheiros, deixando os micro e pequenas empresas com uma grande dificuldade de conseguir  mão de obra qualificada.
Qualificação
Muitos dos profissionados lançados no mercado apresentam dificuldades básicas em Português e Matemática. A pesquisa apontou que é necessário melhorar o ensino médio, principalmente nessas matérias.
Outro ponto importante seria adequar a grade curricular das instituições às demandas do Polo Industrial. Profissionais que entendem de novas tecnologias, nanotecnologia, automação são raros. Devido à dificuldade, o PIM importa profissionais de outros estados.
Segundo Ocimar Melloni, a deficiência do contato entre indústrias e instituições de ensino reflete negativamente na contratação da mão de obra local.
Perfil profissional
Para o consultor de RH Rodrigo Monteiro, o mercado de trabalho modificou-se em função da transformação profunda que houve na economia das empresas. Segundo ele, um dos fatores que contribuiu para promover as alterações foi o esgotamento do mercado consumidor. “A globalização também teve seu papel pois, se há esgotamento em um país, a saída é ir buscar mercado consumidor em outra nação. Tudo isso mexe com a estrutura da indústria. Antes, a produtividade do trabalhador era medida pela velocidade da máquina”, disse.
Para  Monteiro,  os profissionais da engenharia estão em uma pirâmide dividida em três partes. “Na base estão os trabalhadores que não são especializados. Esses, certamente, têm muitas desvantagens nesse mundo novo. No centro da pirâmide, ficam os profissionais que têm especialização, porém não têm as características necessárias para liderar. A vantagem para os que estão no centro é poder ter melhor qualidade de vida, já que não precisam estar presentes na empresa. No topo, estão os que além de terem especialidade tem qualidades adicionais para serem líderes”, avaliou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário