Tucum: a fibra forte do artesanato amazônida

A resistência da fibra da palmeira amazônida atrai cada vez mais interessados e tem gerado renda para comunidades tradicionais da região.
Foto: Reprodução/ Amazon Sat


Redação Jornalismo portalamazonia

MANAUS – A enorme biodiversidade da Amazônia guarda riquezas bastante conhecidas de comunidades tradicionais, mas ainda a serem descobertas pela sociedade urbana. Entre os materiais que listam nesse campo está o tucum. Da palmeira que pode atingir até 15 metros de altura é possível retirar uma espécie de linha bastante resistente, conhecida pelos amazônidas como “linha da lealdade”.

A associação da palha do tucum com o sentimento de companheirismo vem da crença que a fibra, por sua força, nunca quebra. Mas muito além da lenda, o material atrai a atenção de grupos de artesanato, que vêem nas linhas da palmeira uma matéria-prima capaz de gerar renda e levar desenvolvimento totalmente sustentável a áreas onde há carências econômicas.


Foto: Reprodução/ Amazon Sat



O tucum é encontrado em várias partes da região, além de florestas também no Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Na Amazônia, o trabalho com a linha fica a cargo da destreza das mãos femininas das comunidades. São elas as artesãs responsável pelo beneficiamento da material, extraído do tronco da palmeira, enrolando a palha entre as pernas para formar um rolo dos fios.

A tradição de tecer com tucum começou com os indígenas, mas logo a primeira geração de seringueiros aprendeu a técnica, que é transmitida, desde então, aos mais novos.



Em 2006, um projeto do Programa Petrobras Cultural, na área de Preservação e Memória, buscou recuperar a prática no Amazonas. O motivo é que descobriu-se que o artesanato local começou a depender da utilização de linhas de nylon e estruturas de metal trazidas da região Sudeste, em um processo demorado e dispendioso, fora da proposta sustentável do artesanato amazônico.

Atualmente, o mercado de artesanato amazônico conta com vários produtos de tecelagem de tucum. Peças como bolsas e sacolas, feitas de tear, que é a fibra esticada, e que pode ser tingida. Além disso, o material também está presentem em cordas, telas de pesca e é encontrado até como celulose na fabricação de papel. Além da fibra, quase tudo do tucum se aproveita: o óleo, os frutos, as folhas, a polpa. Com suas sementes, por exemplo, são produzidos anéis.

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