Desmatamento na Amazônia cai 61% de janeiro a outubro, mas ainda é o 6º maior em 16 anos

18/11/2023
Área desmatada nos primeiros 10 meses de 2023 chegou a 3.806 km², o equivalente a 1,2 mil campos de futebol por dia.
Imagem: SAD/Imazon

POR: PORTALAMAZONIA
O ritmo de desmatamento segue em queda na Amazônia, com outubro sendo o sétimo mês consecutivo de redução na devastação. Com isso, a destruição acumulada de janeiro a outubro fechou em 3.806 km², o que representa uma queda de 61% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa foi a menor área desmatada desde 2018.

Porém, esse acumulado de 2023 ainda é o sexto maior em 16 anos, desde 2008, quando o instituto de pesquisa implantou seu monitoramento por satélites. E equivale à destruição de três vezes a cidade do Rio de Janeiro ou 1,2 mil campos de futebol por dia.


Imagem: Divulgação/Imazon
"Essa redução de 61% no desmatamento acumulado no ano é motivo de comemoração, mas precisamos intensificar ainda mais as ações de fiscalização e punição aos desmatadores ilegais para voltarmos aos patamares de anos como 2012 e atingirmos o prometido e necessário desmatamento zero em 2030",

comenta o pesquisador do Imazon, Carlos Souza Jr.

Apenas em outubro, foram derrubados 290 km², 54% a menos do que no mesmo mês de 2022. Esse foi o menor desmatamento no mês desde 2019, mas ainda o sexto maior da série histórica, iniciada em 2008.
Imagem: Imazon/Divulgação
Pará lidera com 31% da derrubada entre janeiro e outubro

Com 1.159 km² (31%) de floresta derrubados de janeiro a outubro, o Pará foi o estado que mais devastou a Amazônia, apesar de ter tido a segunda maior redução no desmate. No mesmo período do ano passado, foram destruídos 3.512 km² no estado, 67% a menos.

Em outubro, além do desmatamento avançar em cidades já famosas pela perda de floresta, como Portel, no Marajó; e Pacajá, Uruará e Senador José Porfírio, no Sudoeste, na microrregião de Altamira; houve destaque também para municípios como Santarém, que apareceu pela primeira vez no ano no ranking dos 10 que mais devastaram a Amazônia, e Mojuí dos Campos, ambos no Baixo Amazonas. Além de Tomé-Açu, no Nordeste.

"É no Baixo Amazonas, no norte do Pará, que fica o maior bloco de áreas protegidas do mundo e também a maior árvore da América Latina, que é a quarta mais alta do mundo. Por isso, é extremamente grave que a derrubada esteja avançando sobre essa região. Precisamos de medidas urgentes para protegê-la",alerta a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim.

Além disso, o Pará segue como destaque negativo no desmatamento dentro de áreas protegidas e de assentamentos. Em outubro, das 20 unidades de conservação e terras indígenas mais devastadas da Amazônia, nove ficam no estado. As mais destruídas foram a APA Triunfo do Xingu e as TIs Cachoeira Seca e Apyterewa. Essa última, inclusive, que passa por um processo de retirada dos invasores. Mesmo com a operação em vigor em outubro, o território perdeu 100 campos de futebol de floresta.

Já em relação aos assentamentos, dos dez mais desmatados da Amazônia em outubro, sete ficam em solo paraense. Juntos, eles perderam 20 km² de floresta apenas no mês, o que equivale a 2 mil campos de futebol. Devastação que alerta sobre a necessidade de ações específicas para esse tipo de território.
Desmatamento por estado mês a mês em 2023, em km²












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